Paris — Não deu para o Brasil na prova de maratona aquática dos Jogos de Paris-2024. Na madrugada desta quinta-feira (8/8), manhã na capital francesa, Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut disputaram a prova feminina de 10km, no Rio Sena, e não conseguiram alcançar a zona de medalhas. As brasileiras terminaram em 4º e 11º, respectivamente. O ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouendall, dona três pódios da disputa olímpica. A australiana Moesha Johnson faturou a prata, com a italiana Ginevra Taddeucci em terceiro.
A prova de maratona aquática era uma das principais esperanças de medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 pelo momento das duas representantes brasileiras. Com o status de atual campeão olímpica, Ana Marcela caiu nas águas do Rio Sena com favoritismo para ocupar um dos lugares no pódio. Vice-campeã da Copa do Mundo da Itália em maio desde ano - quando ficou atrás justamente da compatriota -, Viviane também chegou à Cidade Luz em grande forma para brigar por medalhas.
Com as dificuldades enfrentadas pelo Rio Sena em relação aos problemas de poluição, a prova teve a largada confirmada algumas horas antes do início da disputa. Em comunicado, a organização dos Jogos Olímpicos e a World Aquatics destacaram os bons resultados dos testes de qualidade da água. Dois atletas português do triatlo, por exemplo, apresentaram sintomas de infecção gastrointestinal após participarem dos eventos por medalha no local. Belgas e suíços registraram reclamações do tipo.
A prova
O dia estava propício em Paris, com um leve sol, céu limpo e sem nuvens. Como não choveu nas horas anteriores à prova, o Rio Sena apresentou boas condições. Durante os últimos dias, as questões de poluição eram as principais preocupações da organização. Mas a dificuldade das atletas foi outra e algo natural das provas de águas abertas: as fortes movimentações causadas pela correnteza.
Com o espaço delimitado pelo circuito agitado, as atletas adotaram a estratégia de, ao menos na largada, aproveitarem o "vão" causado pelo pelotão. Ana Marcela e Viviane se posicionaram justamente nesta zona em uma busca de uma prova com mais conforto e economia de energia. As bordas do Rio Sena foram o espaço escolhido para o avanço da disputa, liderado, nos primeiros 5kms, pela australiana Moesha Johnson.
Na metade inicial da prova, Ana Marcela cruzou em quarto, 9,4 segundos atrás da liderança e 3,4 do pódio. Viviane também seguia no pelotão de frente, em sétimo. Dosando ritmo, as brasileiras ficaram consideravelmente para trás das posições de pódio na marca de 6,6 km. Com a australiana Johnson, a holandesa Van Rouwendaal e a italiana Taddeucci bastante próximas, a briga parecia estar mais concentrada em qual cor de medalha cada uma delas levaria para casa.
O quilômetro final nas águas do Rio Sena deu início ao tudo ou nada da prova entre as líderes. Ana Marcela não via mais as primeiras colocadas, enquanto Viviane se posicionava cerca de dois minutos atrás. Dona do ouro na Rio-2016 e da prata em Tóquio-2020, a Van Rouwendallf fez bom isso do sprint decisivo e tomou a ponta de Johnson para se isolar como a mulher com mais conquistas na maratona aquática dos Jogos Olímpicos.
Disputa masculina
Nesta sexta-feira (9/8), será a vez dos homens lutarem por medalha na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A prova masculina no Rio Sena está marcada para começar às 2h30, no horário de Brasília. Há apenas um brasileiro entre os 31 nomes classificados para a briga por pódio na Cidade Luz: o carioca Guilherme Costa, de 25 anos. Conhecido como Cachorrão, o atleta também esteve em competições nas piscinas parisienses. Nos 400m livres, terminou em quinto, com direito a recorde das Américas no tempo de 3m42s76.
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