Paris — O Brasil está com 100% de representação na decisão masculina do skate park dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Na manhã desta quarta-feira (7/8) — tarde bastante ensolarada no fuso horário da Cidade Luz —, Pedro Barros, Luigi Cini e Augusto Akio droparam na etapa eliminatória no Parque Urbano La Concordia e se posicionaram entre os oito candidatos à medalha de ouro da competição. As disputas por pódio começam às 12h.
O trio é a esperança de o Brasil conquistar o segundo pódio em duas edições com a modalidade inserida no programa olímpico. Em Tóquio-2020, Barros conquistou uma prata muito comemorada pela comunidade do skate no país. Akio e Cini obtiveram o excelente resultado logo na primeira participação no evento esportivo mais prestigiado do mundo e garantiram o domínio verde e amarelo nas decisões.
Os brasileiros começaram a dropar na pista apenas na terceira bateria de classificação. Assim, o trio de skatistas nacionais tinha uma ideia mais concreta da nota de corte necessária para garantir um lugar na decisão. O australiano Keegan Palmer liderava com 93.78. Favorito, o norte-americano Tom Schaar somou 92.05. O oitavo colocado quando Pedro Barros iniciou as manobras era o japonês Yuro Nagahara, com 81.38.
Medalhista de prata em Tóquio, o catarinense de 29 anos não teve trabalho para se posicionar entre acima da linha de corte. Com 89.24 na primeira run muito positiva, pulou para quinto. A segunda dropada teve queda logo na tentativa inicial de manobra. A última volta começou com aplausos do público. O brasileiro fez ótimas investidas nos obstáculos da pista e encaminhava uma boa avaliação, mas a queda no fim manteve a primeira entrada como a melhor.
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Apresentado ao público com os tradicionais malabares (prática aprendida por ele durante a pausa das competições na pandemia de covid-19), Augusto AKio também não decepcionou. Com manobras arrojadas, ganhou 88.79. O Japinha também lutou para elevar a nota, mas caiu na segunda dropada. Para não correr riscos, o brasileiro manteve a ousadia na apresentação final. Os 45 segundos foram muitos bons e registraram um leve acréscimo para 88.98.
Inserido apenas na quarta e derradeira bateria, Luigi Cini ainda poderia deixar os três brasileiros da disputa acima da linha de corte das finais. O mínimo a conseguir era um 86.96. Na primeira dropada, cumpriu a missão: virou sexto com 89.10. Na segunda run, veio a queda no meio do percurso. Na última apresentação nas classificatórias, o brasileiro também não manteve o equilíbrio em uma das manobras, mas havia feito o suficiente para manter o sonho de medalha olímpica vivo, assim como os compatriotas.
Vibração
Agora, os brasileiros partem para a final. "Missão cumprida. Consegui colocar uma volta. Não foi fácil chegar até aqui. O nível está alto. Depois de Tóquio-2020, me desconectei do meu corpo e fiquei um ano longe do skate. Ter conseguido buscar de volta com essa ferramenta que sempre foi meu melhor amigo e um parceiro gigante é a minha maior conquista. A vida vai além de resultados e da competição. É algo mágico. Só quero quebrar tudo. Tem que ser para você mesmo e é muito importante mostrar o meu melhor na final. Trabalhei muito para acontecer", vibrou Pedro Barros.
"Foi realmente incrível. A sensação do apoio do público, tanto dos brasileiros, como da galera de vários cantos do mundo. Eu senti que todo mundo vibrou com as manobras e a apresentação dos malabares. Gostei de ter vindo aqui e ter a oportunidade de mostrar um pouco do que sou eu. Estar em Paris é uma honra e uma consagração enorme. Representar nossa nação, um país tão belo e rico por natureza, mas que passa por dificuldades. Vim propagar a mensagem de que com respeito e união podemos buscar um amanhã melhor", ressaltou Augusto Akio.
Os brasileiros classificados entram em ação em busca de medalhas ainda nesta quarta (7/8). Às 12h, no horário de Brasília, Pedro, Luigi e Augusto voltam ao Parque Urbano La Concórdio para as últimas três runs da batalha olímpica. O ouro, a prata e o bronze serão disputados contra o australianos Keegan Palmer (93.78) e Keefer Wilson (90.10), os americanos Tom Schaar (92.05) e Tate Carew (90.42) e o italiano Alex Sorgente (91.14).