Olimpíadas Paris-2024

Marcha: Caio Bonfim e Viviane fecham revezamento misto fora do pódio

Dobradinha entre o brasiliense, medalhista de prata nos 20km individual, e a carioca de 31 anos conclui os mais de 42km de prova em sétimo, 2h54min08s depois da largada

Paris — O Distrito Federal poderia ter começado a quarta-feira (7/8) com ampliação do recorde de pódios. Após as garantias de medalhas da Seleção Brasileira de futebol feminino, da delegação do judô e no individual da marcha atlética, esteve próximo de comemorar a quinta conquista — a segunda com Caio Bonfim, após a prata nos 20km. No entanto, a dobradinha entre o brasiliense e a experiente Viviane Lyra não terminou entre os três primeiros colocados na prova do revezamento misto da modalidade. O ouro ficou com os espanhóis Alvaro Martin e Maria Perez. Os equatorianos Daniel Pintado/Glenda Morejon e os australianos Rhydian Cowley/Jemima Montag obtiveram a prata e o bronze, respectivamente.

A dupla formada por Caio Bonfim e Viviane Lyra terminou a disputa na sétima colocação ao concluir o percurso de 42,195km em 2h54min08s. Campeões olímpicos, Martin e Perez fecharam a prova em 2h50min31s. A dupla equatoriana cruzou a linha de chegada 51 segundos depois, enquanto os australianos celebraram o bronze após 2h51min38s.,

O revezamento misto da marcha atlética é uma novidade no programa olímpico. A prova foi incluída no cronograma nesta edição e substitui a disputa individual dos 50km. Participaram da prova 25 equipes, formadas por um homem e uma mulher. Cada um marchava em duas das quatro etapas.

Os homens abriram os trabalhos da prova e trocaram com as companheiras após 11,4km. Caio Bonfim passou o “bastão” para Viviane Lyra na quarta colocação e na cola dos líderes. Durante boa parte da primeira participação, a carioca de 31 anos manteve o desempenho do brasiliense e não se desgrudou do pelotão de frente durante os primeiros 10km em ação aos pés da Torre Eiffel.

Com pouco mais de 1h05min de prova, a disputa pelo pódio parecia reclusa a oito países. Brasil, China, México, Espanha, Itália e Equador acompanhavam o ritmo imposto pelo peruano Cesar Augusto Rodriguez e administrado Kimberly Garcia. A vantagem da dupla para a equipe da Alemanha, primeira longe do pelotão, era de 17 segundos a menos de 30km do fim. No entanto, antes de devolver a participação a Caio Bonfim, Viviane Lyra sofreu duas punições e ameaçou a chance de medalha do Brasil. Se Caio fosse advertido, o país daria adeus ao pódio.

Quando o brasiliense retornou à pista, a posição verde-amarela na classificação era a oitava, a 16 segundos da liderança. Caio precisou fazer uma prova de recuperação na segunda e última participação no revezamento. A missão era dura. O atleta oriundo de Sobradinho chegou a estar a pouco mais de um minuto de distância dos líderes por volta dos 26km, o campeão olímpico do individual, o equatoriano Daniel Pintado e a companheira dele, Glenda Morejon.

A menos de 11km do encerramento da prova, Caio Bonfim saltou para a sexta colocação e ofereceu nova dose de otimismo quando Viviane Lyra entrou em cena para a troca definitiva. Mas a posição não refletia a desvantagem no relógio. Novos líderes, os espanhóis Alvaro Martin e Maria Perez colocaram mais de um minuto e meio de distância para os brasileiros. Nos 5km finais, a marchadora do Rio de Janeiro aparecia na sétima colocação e a mais de dois minutos de atraso em relação a Martin e Perez. A situação não foi revertida e o Brasil se despediu da estreia do revezamento misto da marcha atlética sem o pódio.

Saldo positivo

Apesar da chance de pódio desperdiçada, o Distrito Federal comemora a campanha recorde em Olimpíadas, com medalhas de quatro dos nove atletas inscritos na disputa. Caio Bonfim é o dono da prata sem precedentes da marcha atlética do país. Guilherme Schimidt e Ketleyn Quadros faturaram o bronze na disputa por equipes do judô. A próxima a ser celebrada será a atacante Gabi Portilho, após a decisão do futebol feminino entre Brasil e Estados Unidos, no sábado (10/8). O duelo está marcado para às 12h (de Brasília), no Parque dos Príncipes, casa do Paris Saint-Germain. O pior dos cenários prevê uma prata para a jogadora criada no Guará.

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