Olimpíadas

Dream Team dos EUA causa admiração na primeira apresentação em Paris

Após jogarem toda a primeira fase do torneio de basquete dos Jogos Olímpicos em Lille, astros da NBA vencem o Brasil nas quartas de final e deixam torcedores maravilhados na Arena Bercy

Paris — A noite do primeiro desfile do basquete na capital francesa nesta edição dos Jogos Olímpicos provocou sensação de encanto nos sortudos presentes Arena Bercy. Um dia após passar por reformulação para assumir o lugar do Pierre Mauroy, em Lille, como a casa da modalidade, o ginásio recebeu quatro jogos, com direito a vitória dos Estados Unidos sobre o Brasil e a classificação da França às semifinais. Mas o Dream Team foi o responsável por provocar as maiores reações de encanto.

Lebron James, Stephen Curry, Jayson TatuM, Devin Booker, Joel Embiid, Kevin Durant, Anthony Davies, Bam Adebayo... a reunião dos principais nomes da liga norte-americana em um único time atraiu muita atenção e deixou as arquibancadas lotadas. Na chegada à Arena Bercy, o Correio flagrou torcedores que ainda sonhavam em conseguir um ingresso. Placas escritas à mão com “Eu compro tíquetes”, em inglês, eram comuns nos arredores;

Se na vitória da França contra o Canadá as reações eram muito mais efusivas para criar um clima de pandemônio e apoio, na apresentação norte-americana havia muito mais gente maravilhada por ver de perto quem se destaca nas quadras da maior liga da bola laranja. Desde as primeiras horas como casa do basquete, a Arena Bercy viveu uma troca de ambiente. As camisas de times da NBA, como do Chicago Bulls, do Los Angeles Lakers, do Phoenix Suns e de tantos outros, deram um colorido diferente nos corredores de acesso e nas arquibancadas.

Padronizados em verde e amarelo, os brasileiros eram facilmente identificados em meio aos fãs da seleção norte-americana. Durante o jogo, dividiram o volume nos gritos de apoio, mas eram abafados quando a equipe dos Estados Unidos tirava da cartola alguma jogada de efeito. Isso ocorreu várias vezes nos passes magistrais encaixados, principalmente, por LeBron James. Quando o camisa seis encontrava os companheiros da maneira "simplória", capaz de ser executada apenas no estilo de jogo dele, as reações eram de admiração. Um "oh", bem no padrão europeu, ecoava na Arena Bercy a cada situação do tipo. As enterradas de Jason Tatum e até mesmo os arremessos de três do pivô de 2,13m de altura, Joel Embiid, também tiravam a torcida das cadeiras.

Não havia animosidade à tentativa de resistência do valente Brasil. Lucas Dias, por exemplo, foi aplaudido quando encaixou bela enterrada no segundo quarto de jogo. Porém, as reações dos franceses eram muito mais de admiração quando capacidade norte-americana de brilhar no esporte da bola laranja entrava em cena. Jorginho de Paula foi outro a provocar frisson quando bailou em frente à marcação de um dos astros norte-americanos, mesmo errando a tentativa de cesta de três, logo na sequência.

Joel Embiid era o único a receber vaias incessantes. Mas há uma explicação para isso. O pivô nasceu em Camarões e recebeu oferta de passaporte francês. O trâmite o liberaria para atuar pelo país europeu. O craque, porém, optou pelos EUA por seu filho ter nascido em solo americano. Os franceses não curtiram muito e chiam a cada toque na bola. O camisa 11 já disse gostar das reações adversas. Não à toa, pediu para que os secadores aumentassem o volume a cada jogada certa. Na primeira aparição em solo parisiense, fez questão de mostrar conforte com a situação. No segundo quarto, por exemplo, chegou a dançar após marcar dois pontos e sofrer falta logo em seguida.

No primeiro dia de desfile na Arena Bercy, o clima passou longe de ser padrão ginásio de um de jogo da NBA - os gritos mais efusivos foram quando Leon Marchan, francês dono de quatro ouros na natação, apareceu no telão. Quem lotou as arquibancadas para o último jogo desta terça-feira (6/8), pareceu muito mais estar curtindo a chance de ver os astros norte-americanos esbanjarem talento tão de perto. Valeu a pena. E o cenário tem tudo para seguir até o fim de semana, quando haverá a definição de quais países vão contabilizar o ouro, a prata e o bronze no quadro de medalhas.

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