A Arena Bercy foi palco para a conquista do ouro histórico de Rebeca Andrade no solo da ginástica artística e pode presenciar outro momento especial para a delegação verde-amarela. Com o encerramento da modalidade, os tatames “trocaram de roupa” e se transformaram em quadras para virar a casa do basquete pelo restante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, já que antes as partidas eram no Stade Pierre-Mauroy, em Lille.
Seja para acrobacias ou para arremessos, a esperança é que o local siga dando sorte para os brasileiros contra um bicho-papão estadunidense que dominou o esporte nos anos recentes. Dessa vez, o Brasil enfrenta a seleção dos Estados Unidos, nesta terça-feira (6/8), às 16h30, pelas quartas de final do basquete. Globo, SporTV, Globoplay e CazéTV transmitem.
O favoritismo escancarado é dos norte-americanos. Melhor equipe da fase de grupos e única a passar dos 100 pontos em todas as partidas, o elenco veio estrelado para solo francês, com LeBron James, Stephen Curry, Kevin Durant e companhia. Do outro lado, o Brasil passou como um dos melhores terceiros, com apenas uma vitória. Ainda assim, a torcida para enfrentar os estadunidenses vem desde antes do início das Olimpíadas, principalmente para Gui Santos, único brasileiro em atividade na NBA.
“O Curry é gênio, o Steve Kerr (técnico) também. Eles sempre são o time a ser batido, então é legal jogar contra os melhores. Vamos dar o sangue por isso e tentar fazer história. Também é legal reencontrar meus companheiros de time, seria um momento especial”, disse Gui Santos, ala do Golden State Warriors, em entrevista ao Correio antes dos Jogos.
Apesar do candango ser o único brasileiro com contrato vigente na NBA, a maioria dos convocados pelo técnico croata Aleksandar Petrovic tem experiência na principal liga de basquete do mundo, no mínimo na Summer League, o torneio de verão para desenvolvimento de jovens. Huertas (Lakers), Yago (Bulls), Raulzinho (Jazz, 76ers, Wizards e Cavs), Georginho (Rockets), Didi (Pelicans e Trail Blazers), Léo Meindl (Suns), Mãozinha (Grizzlies), Felício (Bulls) e Caboclo (Raptors, Kings, Grizzlies e Rockets), além do próprio Gui Santos (Warriors), já entraram em ação no campeonato norte-americano. Os únicos a não terem tido a experiência foram Lucas Dias, duas vezes MVP do NBB, e Vitor Benite, cestinha do Brasil em Paris.
O talento da NBA vai precisar valer para ambos os lados. Para o Brasil, vale o feito histórico de eliminar o Dream Team e avançar para a semifinal, o que não acontece desde 1968. Para os Estados Unidos, é manter a hegemonia olímpica e apagar os desempenhos ruins nas últimas Copas do Mundo. Além disso, é a única chance dos homens garantirem uma medalha na bola laranja para o país, já que o time de 3x3 foi eliminado ainda na primeira fase.
Adversário de olho
Este será o décimo encontro entre Brasil e Estados Unidos no basquete masculino das Olimpíadas, com nove derrotas dos estadunidenses. Apesar do retrospecto positivo e da dificuldade dos brasileiros em passar pela fase de grupos, o Dream Team valorizou a equipe verde-amarela. “Assisti a todos os jogos deles. Eles são muito dedicados nos sistemas ofensivos e defensivos”, disse o astro LeBron James à ESPN norte-americana.
“Eles são muito físicos. Acho que são o melhor time em rebotes ofensivos no torneio (na realidade é o segundo, atrás do Sudão do Sul). Eles tem muitos arremessadores muito bons e jogam duro. Eles competem por cada jogada, então precisamos estar prontos para a fisicalidade e os arremessos deles, e precisamos estar no nosso melhor e preparados, porque eles não vão se entregar”, completou o técnico Steve Kerr à emissora.
A partida vale vaga na semifinal para enfrentar o vencedor de Sérvia, da estrela Nikola Jokic, e Austrália, bronze em Tóquio-2020. Do outro lado do chaveamento, a Alemanha mede forças com a Grécia, enquanto o Canadá joga contra a França. As semifinais acontecem na quinta-feira (8/5) e a grande decisão valendo o ouro será no sábado, às 16h30.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima