OLIMPÍADAS

Bia Ferreira conquista medalha de bronze no boxe após derrota para irlandesa

Adversária da baiana na decisão olímpica de Tóquio-2020, irlandesa Kellie Harrington frustra novamente o sonho da brasileira ao vencer e a deixa com o bronze

Paris — Beatriz Ferreira reviveu um pesadelo neste sábado (3/8). Maior esperança de medalha de ouro para o Brasil no boxe, a baiana de 31 anos foi derrotada pela irlandesa Kellie Harrington, algoz na decisão pelo título nos Jogos de Tóquio-2020, e não disputará a decisão da categoria 60kg. No entanto, a pugilista retornará para casa com a medalha de bronze.

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O combate começou equilibrado. Bia Ferreira pressionou, encaixou bom cruzado e esquerda, mas a irlandesa soube usar o contragolpe e foi melhor, na avaliação dos juízes. No segundo assalto, a brasileira foi superior, por 3 votos a 2, com bons golpes e esquiva. Com o placar empatado, a luta ficou mais aberta e Harrington aplicou movimentos mais eficientes. As duas comemoram após o fim, mas a vitória foi decretada em decisão dividida dos árbitros para a europeia.

O confronto marcou a despedida de Bia Ferreira do boxe olímpico. “Foi uma grande luta, acho que demos um grande espetáculo para o público. Infelizmente, não foi o resultado que eu queria e que planejamos, mas é aquilo: a gente planeja uma coisa e Deus faz outras. Não tenho muito tempo tempo para lamentar. Não encerrei como queria, com chave de ouro. Vim para cá com o grande objetivo de estar em mais uma final, mas consegui completar um pouco da missão que é ter uma outra medalha. Perdi para a atual campeã olímpica, não é qualquer outra pessoa. Entreguei o que tinha, sei que poderia fazer muito melhor. Desculpa ter decepcionado alguém, mas quem mais queria era eu. Estou muito sentida com isso, mas é bola para frente”, discursou.

A eliminação de Bia escancara o quão difícil é se manter em alto nível e entre os melhores do mundo entre um ciclo e outro. Dos cinco medalhistas brasileiros de esportes em duplas ou individuais no Japão e que já estiveram em ação em Paris, somente três garantiram novos pódios — Rebeca Andrade, Rayssa Leal e Beatriz Ferreira. Hebert Conceição e Abner Teixeira (boxe), Luisa Stefani e Laura Pigossi (tênis), Martine Grael e Kahena (vela), Kelvin Hoefler (skate street), Daniel Cargnin e Mayra Aguiar (judô) não alcançaram novos resultados expressivos. Isaquias Queiroz (canoagem velocidade), Pedro Barros (skate park), Ana Marcela Cunha (águas abertas) e Alison dos Santos (atletismo) entraram em cena nos próximos dias.

O Brasil agora deposita as esperanças em Jucielen Romeu. Neste domingo (4/8), às 6h16 (horáriode Brasília), Jucielen encara a turca Esra Kahraman, pelas quartas de final. A vitória a garantirá, pelo menos, o bronze. No masculino, não há mais possibilidades conquistas. O país foi eliminado de todas as categorias, com Keno Marley, Abner Teixeira, Luiz Bolinha, Wanderley Pereira e Michael Trindade.

O boxe está entre as especialidades do Brasil nas últimas edições dos Jogos. Pelo menos uma medalha foi conquistada por pugilistas do país nas últimas três edições — Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. O retrospecto positivo está mantido com o bronze de Bia Ferreira.

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