O Comitê Olímpico Internacional (COI) saiu em defesa das lutadoras Imane Khelif, da Argélia, e Yu Ting Lin, de Taiwan, reprovadas no teste de gênero no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Déli, na Índia. Em comunicado oficial nesta quinta-feira (1º/8), o COI condenou os ataques às boxeadoras e declarou que “toda pessoa tem o direito de praticar esporte sem discriminação.”
Imane Khelif e Yu Ting Lin foram desclassificadas após testes feitos pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que organizou o campeonato de 2023. O Comitê criticou o IBA e chamou a decisão do ano passado de “repentina e arbitrária”. “Perto do fim do Campeonato Mundial da IBA em 2023, eles foram repentinamente desqualificados sem nenhum devido processo”, declarou. A taiwanesa, que conquistou o bronze no campeonato, chegou a perder a medalha após da decisão.
O COI ainda destacou que a decisão de suspensão das duas foi tomada inicialmente apenas pelo Secretário Geral e CEO da IBA e só depois confirmada pelo Conselho. Em entrevista à agência de notícias russa Tass, o presidente da associação afirmou que o teste de DNA constatou que as duas tinham cromossomos XY, que definem um indivíduo do sexo masculino. “Várias atletas que tentaram enganar as colegas e se fingir de mulheres”, acusou.
Em 2023, o Comitê retirou o reconhecimento do IBA por uma série de fatores como falta de transparência e integridade na arbitragem, a Associação já estava suspensa desde 2019.
Estreias
A argelina e a taiwanesa competem em torneios de boxe há anos, incluindo os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O COI destacou que as duas, assim como todos os participantes, cumprem os regulamentos de elegibilidade.
Imane Khelif se classificou na categoria até 66kg feminina e estreou em Paris nesta quinta-feira (1º/8), com um combate dramático. Com apenas 46 segundos de luta, a adversária, a italiana Angela Carini, abandonou a luta. Após levar um golpe no rosto, Angela levantou o braço e saiu para conversar com o treinador, que comunicou a desistência ao árbitro.
Já Yu Ting Lin estreia na sexta-feira (2/8) contra Sitora Turdibekova, do Usbequistão.