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Jogos Paralímpicos

Paralimpíada: Campeão em simpatia na abertura, Brasil inicia caça ao ouro

Paris inaugura a nova edição dos Jogos Paralímpicos com cerimônia inovadora e discurso sobre "paradoxo" entre a expectativa e a realidade no tratamento da sociedade às pessoas com deficiência

 Brazil's delegation arrives on the Champs-Elysees avenue during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by Dimitar DILKOFF / AFP)
       -  (crédito:  AFP)
Brazil's delegation arrives on the Champs-Elysees avenue during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by Dimitar DILKOFF / AFP) - (crédito: AFP)

Mil e oitenta e nove dias depois do encerramento esvaziado na edição de Tóquio-2020, devido à pandemia de covid-19, os Jogos Paralímpicos foram devolvidos ao povo com uma cerimônia de abertura na rua. Ou melhor, no coração de Paris, com desfile das delegações entre a charmosa avenida Champs-Élysées e a histórica Place La Concorde, berço da Revolução Francesa. A história sangrenta da praça foi substituída pela alegria e pelo calor humano no desfile dos mais de 4 mil atletas envolvidos na versão mais inovadora do megaevento, organizado desde Roma-1960.

Assim como na inauguração dos Jogos Olímpicos, o início da Paralimpíada também foi decretado pela primeira vez fora de um estádio. Para isso, foram necessários 3 mil metros quadrados de palco, 60 dias de ensaios, estrutura para receber mais de 50 mil espectadores e profissionais credenciados, além de 168 delegações, com 5.100 personagens, entre atletas e apoio.

O tema da abertura da primeira Paralimpíada em Paris — a cidade recebeu edições de 1900, 1924 e 2024 da Olimpíada — foi Paradoxo, da Discórdia à Concórdia. O objetivo das apresentações era passar uma mensagem duradoura, direcionar todos os holofotes aos atletas de uma forma inédita e fazer refletir sobre o lugar das pessoas com deficiência na sociedade.

O Paradoxo ao qual o diretor artístico Thomas Jolly se referiu nas exibições foi sobre uma sociedade que se afirma como inclusiva, mas continua repleta de preconceitos com pessoas com deficiência, que representam 15% da população mundial, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Responsável pela coreografia, o sueco Alexander Ekman retratou dois grupos que se mudam da Discord para a Concord, usando a criatividade da dança e do esporte para diminuir a distância entre eles, redescobrindo-se e trabalhando juntos para uma comunidade mais inclusiva e pacífica. A apresentação contou com 140 bailarinos, 16 com deficiência.

Presidente da França, Emmanuel Macron acredita que a versão 2024 da Paralimpíada deixará um legado. "Todos os eventos paralímpicos serão realizados na encruzilhada da tradição e da modernidade, nos locais mais icônicos da França, proporcionando aos atletas paralímpicos locais que estão no mesmo nível das realizações pessoais. A cerimônia de abertura é mais do que apenas um espetáculo, é também um símbolo. Ela representa a intenção de Paris-2024 de fazer com que os Jogos Paralímpicos entrem em um novo capítulo de uma mesma aventura olímpica, a da inclusão e de superar os próprios limites. A competição também será tão dura e desenfreada quanto o que vimos no mês passado", ressaltou.

"Esforço e coragem fazem dos atletas paralímpicos fontes de inspiração para a sociedade inclusiva que desejamos construir. Esses Jogos, que celebrarão todos os talentos da humanidade, são um hino a um mundo mais inclusivo, em linha com nossos valores franceses de universalidade e audácia. Que os Jogos comecem!", completou Macron.

Antes de acender a pira no Jardim das Tulherias, a tocha passou nas mãos de 12 campeões paralímpicos, seis homens e seis mulheres. Os responsáveis por acendê-la foram três homens e duas mulheres: Charles-Antoine Kouakou, Nantenin Keita, Fabien Lamirault, Alexis Hanquinquant e Elodie Lorandi.

"Ao realizar este evento na Place de La Concorde e Champs-Élysées, sinto que Paris está calorosamente abraçando o Movimento Paralímpico no coração desta cidade e no núcleo deste país. A apresentação desta noite foi o começo perfeito para o que serão os Jogos Paralímpicos mais espetaculares da história", transmitiu Andrew Parsons, presidente Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

O Brasil foi a 21ª delegação a desfilar. Os porta-bandeiras da delegação de 280 atletas, a maior verde-amarela para uma disputa fora do país e a segunda mais robusta dos Jogos, atrás somente da China (282), foram Gabrielzinho, três vezes medalhista olímpico da categoria S2 natação (limitações físico-motoras), e Beth Gomes, recordista mundial do lançamento de disco. A turma brasileira foi uma das mais animadas, com danças e muita descontração.

A missão do Brasil é fechar os Jogos pela primeira vez entre os cinco principais países do quadro de medalhas. A expectativa do Comitê (CPB) é quebrar os recordes de 72 medalhas e 22 ouros e a sétima colocação, obtidos em Tóquio.

Hoje, o país pode conquistar 14 medalhas. A maior chance vem da natação, com 12 atletas em ação, incluindo Gabrielzinho, nos 100m costas. Carol Santiago (categoria S12, para baixa visão), dona de cinco medalhas em Tóquio-2020, entrará na piscina para os 100m borboleta. O ciclista Carlos Alberto Soares e a gaúcha do taekwondo, Maria Eduardar Stumpf, podem brindar o país com pódios.


  • Luciano Rezende, do tiro com arco, é uma das esperanças de medalha para o Brasil
    Luciano Rezende, do tiro com arco, é uma das esperanças de medalha para o Brasil Foto: Danilo Borges/Brasil2016
  •  This photograph taken from the Arc de Triomphe shows the Paralympic cauldron with the Obelisque de Louxor (Luxor Obelisk) in front and the Louvre museum in the back during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by MARTIN BUREAU / AFP)
    This photograph taken from the Arc de Triomphe shows the Paralympic cauldron with the Obelisque de Louxor (Luxor Obelisk) in front and the Louvre museum in the back during the Paris 2024 Paralympic Games Opening Ceremony in Paris on August 28, 2024. (Photo by MARTIN BUREAU / AFP) Foto: Martin Bureau/AFP
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postado em 29/08/2024 03:00
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