Violência

Cueva é afastado por time após denúncia de agressão contra ex-esposa

O jogador peruano Christian Cueva foi denunciado por agressão física e psicológica contra a ex-mulher e foi afastado de "maneira definitiva" pelo Cienciano, do Peru

Aos 32 anos, Cueva foi anunciado pelo Cienciano na segunda-feira (19/8) e na terça-feira (20) o clube anunciou o afastamento -  (crédito: Reprodução/Instagram @cueva10oficial)
Aos 32 anos, Cueva foi anunciado pelo Cienciano na segunda-feira (19/8) e na terça-feira (20) o clube anunciou o afastamento - (crédito: Reprodução/Instagram @cueva10oficial)

O atacante Christian Cueva, que no Brasil jogou pelos times São Paulo (2016 a 2018) e Santos (2019), foi demitido do novo clube, o Cienciano, do Peru, após ser denunciado por agressão física e psicológica contra a ex-mulher Pamela López.

Aos 32 anos, Cueva foi anunciado pelo time na segunda-feira (19/8) e, na terça-feira (20), o clube anunciou o afastamento do atleta. O motivo, publicado em nota, seriam as denúncias de Pâmela López contra o jogador.

O afastamento, segundo o clube, foi de "maneira definitiva". "Essa decisão foi tomada em cumprimento estrito aos nossos valores para preservar a integridade da instituição. Reiteramos o compromisso com os princípios que guiam o clube. Rechaçamos de maneira categórica qualquer forma de violência, especialmente a violência de gênero, e não toleramos condutas que vão contra esses ideais", disse o Cienciano em nota.

O que disse Cueva?

O jogador se pronunciou sobre a denúncia de agressão nas redes sociais. "A violência é indesculpável e o meu comportamento, embora não tenha sido espontâneo e sim em resposta, também é indesculpável", iniciou ele no texto.

"Enquanto a verdade é buscada e encontrada nas instâncias correspondentes, peço por favor que me seja permitido jogar futebol, que essa opção não me seja tirada, porque é, junto com meus filhos, que amo além do que foi dito, é o que me sustenta", pontuou ele também antes do afastamento pelo clube.

Cueva compartilhou ainda imagens de um diagnóstico médico e receitas para tratamento de "depressão crônica" e problemas com comportamento violento e abuso de álcool.

Após a nota do Cienciano o afastando, o jogador se manifestou novamente nas redes sociais. "Como salientei ontem, todos os acontecimentos que não forem contados como ocorreram ou que não ocorreram, serão esclarecidos perante as autoridades, incluindo a minha relação, apenas de amizade, com a senhora Klug".

Veja a íntegra do primeiro pronunciamento:

A violência é indesculpável e o meu comportamento, embora não tenha sido espontâneo e sim em resposta, também é indesculpável.

Já fui chamado de muitas coisas ruins, defeitos que com certeza tenho e agora sou acusado de ser um abusador e não acredito que seja. Sei que tenho uma personalidade complexa que vai além do que se vê sobre mim e assumo e assumirei a responsabilidade pelos meus atos, o que não significa que deixe de me defender e procure esclarecer, perante as autoridades, os factos que têm não foram divulgados como aconteceram ou que simplesmente não aconteceram. Por tudo isto, pelo que aconteceu, pelo que aconteceu de forma diferente e até pelo que não aconteceu, peço desculpa.

Enquanto a verdade é buscada e encontrada nas instâncias correspondentes, peço por favor que me seja permitido jogar futebol, que essa opção não me seja tirada, porque é, junto com meus filhos, que amo além do que foi dito, é o que me sustenta.

Hoje quero abrir meu histórico médico e submeter-me a todos os conhecimentos disponíveis. Faço-o, não com o propósito de ser exonerado de culpas, mas simplesmente para que se veja que a situação é mais complexa do que parece e que, mesmo que se queira, por vezes vencem os problemas internos. Insisto que não fujo da minha responsabilidade, mas, mais uma vez, rezo para que a tábua de salvação que o futebol é para mim não me seja tirada.

Hoje, mais do que nunca, sei que sou apenas um menino de um dos bairros mais pobres e humildes do Peru, que cresceu em meio aos problemas que sofrem milhões de crianças e jovens peruanos e que teve a sorte de jogar futebol bem. Sei que ainda tenho a chance de fazer disso não uma condenação, mas uma verdadeira honra e, espero, uma fonte de orgulho para meus filhos, não por causa dos triunfos, mas porque o pai deles finalmente conseguiu ser, finalmente, uma pessoa melhor. 

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postado em 21/08/2024 13:32
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