A arbitragem brasileira contraria o que sempre foi uma espécie de regra número um de conduta para o bom andamento do jogo. O princípio básico de quem está com o apito deveria ser passar despercebido, sem destaque em relação às ações que acontecem nas quatro linhas. No entanto, aqui, isso tem sido cada vez mais raro.
Grande parte desse protagonismo que ninguém deseja vem do VAR. O árbitro de vídeo não o usa como ferramenta de auxilio, mas como “um soprador de apito” que a todo momento tenta interferir no jogo, tomar para si as decisões que seriam exclusivamente de quem está no campo.
E tome VAR
Ao ser criado, o VAR tinha como lema mínima interferência com máximo resultado. No Brasil, a prática mostra justamente o contrário: chamadas abusivas e irritantes com desastrosos efeitos. Se sobra autoridade para o árbitro de vídeo, escondido numa cabine refrigerada de transmissão, falta personalidade àqueles que apitam (ou deveriam).
Também causa profunda estranheza a inexistência de critério em ações básicas do futebol. A entrada violenta acima da chuteira e o toque de mão dentro da área, por exemplo, passaram a ser enigmas indecifráveis. Ninguém é capaz de saber o padrão usado para se decretar cartão vermelho ou pênalti – simplesmente porque não há padrão. Talvez se apite de acordo com a camisa, o estádio do mandante ou o humor de quem analisa (ou reanalisa) a jogada. Não sabemos.
É claro que não é fácil comandar um jogo de futebol no país. Atletas e técnicos dão verdadeiros chiliques durante as partidas, reclamam de forma absurda até em lateral. Antes mesmo de a bola rolar, cartolas fazem pressão com declarações que colocam em dúvida a idoneidade do árbitro e os interesses envolvidos. Mas por que isso acontece? Porque no futebol brasileiro o que menos se respeita é a competição e o jogo em si. A começar pela própria CBF.
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