Em poucas modalidades olímpicas um país é tão favorito para ser finalista quanto os Estados Unidos no basquete, ainda mais com a introdução dos jogadores da NBA no torneio. Desde Barcelona-1992, quando surgiu o primeiro Dream Team para vingar a derrota contra os soviéticos na edição anterior, os estadunidenses venceram o ouro em sete ocasiões e só não ganharam em 2004, quando foram eliminados para a Argentina na semifinal. 20 anos depois, o sonho por pouco não virou pesadelo novamente, se não fossem os craques aparecendo quando mais precisava: 36 pontos de Stephen Curry, triplo-duplo de LeBron James e vitória de virada por 95 x 91 contra a Sérvia de Nikola Jokic para garantir um lugar no pódio.
A seleção dos EUA flertou – e muito – com a derrota. Atrás do placar desde o começo do jogo, os comandados pelo técnico Steve Kerr perderam todos os quartos e começaram o último atrás por 13 pontos, mas foi aí que a situação mudou. LeBron, que “convocou” os colegas de NBA para representar o país em Paris-2024 após vexames consecutivos na Copa do Mundo, somou 16 pontos, 12 rebotes e 10 assistências. Cestinha do jogo, Curry, na primeira olimpíada da carreira, ficou a um ponto de quebrar o recorde estadunidense em Jogos. E o “reforço” Joel Embiid, naturalizado de Camarões, fez mais 19, mesmo vaiado pelas arquibancadas pela recusa em escolher representar os franceses.
A performance foi suficiente para fazer 32 x 15 na última parcial, a maior virada dos Estados Unidos desde a introdução dos jogadores da NBA, e chegar em mais uma final, novamente contra a França, mas desta vez na casa do rival. O confronto é uma reedição da final de Tóquio-2020, vencida pelo time do Tio Sam com 27 pontos de Kevin Durant, outra estrela que faz parte do elenco deste ano e se tornou o atleta com mais pontos pela seleção, com 503. No recorte individual, ele pode se tornar o primeiro jogador com quatro medalhas de ouro no basquete.
A partida valendo o topo do pódio, marcada para às 16h30 de sábado (10/8), tem gosto especial para os dois lados. O tempero é de revanche para Les Bleus, liderados pelo jovem Victor Wembanyama e que conquistaram a vaga ao eliminar a atual campeã mundial Alemanha. Se vencerem, dariam a sétima derrota dos norte-americanos nas Olimpíadas, a quinta desde a introdução dos atletas da NBA. Do outro lado, o sabor é de hegemonia para os Estados Unidos, medalhistas em todas as 20 participações nos Jogos, e missão cumprida para LeBron James e companhia: o quinto ouro consecutivo.
*Estagiário sob supervisão de Fernando Brito
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br