Saint-Denis — Homem mais rápido do mundo e campeão olímpico dos 100m rasos no último domingo (4/8), com 9s79, Noah Lyles precisou de cadeiras de rodas para deixar a pista de atletismo do Stade de France, após a conquista do bronze na prova dos 200m, nesta quinta-feira (8/8).
A exaustão do maior velocista da atualidade foi provocada por sequelas de covid-19 e tem como agravante um histórico de asma. A soma dos fatores levou o medalhista de ouro e de bronze nos Jogos de Paris-2024 a se deitar na pista imediatamente após cruzar a linha de chegada. Ele foi socorrido por profissionais com oxigênio nas mãos, aparentemente não utilizados. Lyles, porém, recorreu à cadeira de rodas para se dirigir em direção à área interna do Stade de France antes da cerimônia de premiação.
Na zona mista da arena francesa, Lyles usava máscara preta e confirmou o diagnóstico positivo para covid-19 dois dias antes da prova dos 200m, especialidade dele. Ou seja, na terça-feira (6/8). “Sim, de fato, isso (covid-19) me afetou. Me senti abaixo”, disse aos jornalistas. Os Jogos de Paris-2024 são simbólicos por serem o primeiro aberto ao público depois da pandemia. Porém, o cenário não é tão bom quanto se imaginava. Segundo representante da Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos, 40 atletas foram infectados pelo vírus. Os casos são reflexos do aumento do contágio pelo mundo.
Apesar do drama, Lyles parecia bem antes da largada para a prova dos 200m. Foi ovacionado pela torcida e fez o tradicional show com gestos e danças para criar atmosfera favorável. Competiu bem, mas viu Letsile Tebogo, de Botsuana, levar o ouro com 19s46, e o compatriota Kenneth Bednarek faturar a prata (19s62). Lyles cruzou a linha de chegada após 19s70.
Esta é a segunda participação de Lyles em Jogos Olímpicos. Natural da cidade de Gainesville, na Flórida, vem uma linhagem de amantes do esporte. Iniciou a trajetória aos 12 anos, inspirado em Usain Bolt. Com 1,80m de altura, Lyles é o homem mais veloz do mundo na atualidade e principal candidato a quebrar recordes do ídolo. O jamaicano estabeleceu a melhor marca mundial de 9s58 em 16 de agosto de 2009, em Berlim. Três anos depois, desafiou concorrentes com o recorde olímpico de 9s63, em Londres-2012.
Lyles trilha caminho para também se consolidar como um dos grandes nomes do atletismo. Na edição de Tóquio-2020, conquistou o bronze dos 200m. Três anos depois, reina nos 100m. As conquistas reforçam o status de fenômeno adquirido nos últimos anos. Emplacou quatro conquistas da Diamond League e seis do Mundial de Atletismo. Os mais importantes, em 2023, quando monopolizou os ouros dos 100m, 200m e revezamento 4x100m. Até então, o único que havia obtido a façanha era Usain Bolt, em 2015.
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