Em apenas oito partidas à frente do Fluminense, o técnico Mano Menezes conseguiu transformar o desempenho da equipe carioca da água para o vinho. Com quatro vitórias seguidas, o Tricolor está bem próximo de deixar a zona de rebaixamento, algo que era improvável há menos de um mês. O treinador completou um mês no clube no último final de semana.
Dessa forma, o time deu um salto de 6 pontos para vinte. Um triunfo sobre o Vasco no sábado (10), às 21h30 (de Brasília), no Nilton Santos, pode fazer com que o Tricolor figure fora do Z4 depois de 16 rodadas. Na quarta (7), o desafio será pela Copa do Brasil, contra o Juventude, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã. O Flu precisa vencer por dois gols para avançar. Caso triunfe por um gol de diferença, a decisão da vaga será nos pênaltis
Mudança no estilo e jogo mais vertical
Desde que assumiu, Mano busca implementar um estilo de jogo diferente daquele empregado por Diniz nos últimos dois anos. Os toques curtos e a posse de bola, que muitas das vezes tornava-se improdutiva, deu lugar a um jogo mais posicional e vertical. Tendo, assim, mais intensidade, com uma forma direta e constantemente em direção ao gol.
Diante do Bahia, no último domingo (4), o Fluminense procurou simplificar os lances, sempre buscando o gol e a finalização. Em vários momentos, apostou na velocidade dos pontas Serna e Arias, que exploraram bem os espaços em rápidos contra-ataques, assim como na bola longa, com Thiago Silva e Thiago Santos. Também não deixou de pressionar a saída e forçar o erro do adversário.
???? @FluminenseFC entre todos os times do @Brasileirao 2024 desde a 18ª rodada:
1º em aproveitamento (100%)
1º em pontos (12)
1º em vitórias (4)
1º em menos gols sofridos (0)
1º em jogos sem sofrer gols (4)
1º em desarmes (91)
2º em ações defensivas (215)???????? pic.twitter.com/tNhb5qdXMj
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) August 5, 2024
Defesa mais protegida e equilibrada
Com Fernando Diniz, em 2024, a equipe ficava vulnerável na defesa e perdeu muitos pontos por erros individuais, com o excesso de toques na própria área. Os adversários tinham o antídoto ao adiantar a marcação, forçar o erro e recuperar a posse (pós-perda). A bola aérea também era frágil e um ponto negativo durante a campanha.
A chegada de Thiago Silva trouxe mais qualidade e experiência ao setor, visto que o ídolo orienta a todo momento seus companheiros e é diferenciado. Com ele em campo, o Fluminense ainda não sofreu gols e também ficou mais forte nas bolas aéreas. Outro fator importante é a volta de André, que protege bem à frente da área e ainda qualifica a transição ofensiva.
Uso dos meninos da base
Nos tempos de Diniz, Kauã Elias tinha pouca chance, mesmo com a queda brusca de rendimento de Cano e John Kennedy. Mano foi certeiro ao dar oportunidade ao jovem, que estufou a rede quatro vezes nos últimos seis jogos e foi decisivo contra Criciúma, Cuiabá, Bragantino e Bahia.
Das crias mais conhecidas, André e Martinelli seguem como titular, enquanto John Kennedy tem perdido espaço e não consegue reencontrar o bom futebol de 2023. Alexander e Felipe Andrade têm entrado, enquanto Esquerdinha apareceu muito bem contra o Criciúma e Isaac está lesionado.
Entrada dos reforços e recuperação da confiança
Mano Menezes já teve a chance de utilizar três dos cinco reforços da equipe nesta janela. Além disso, contou com as voltas de André, que estava lesionado, e Jhon Arias, após o vice-campeonato da Copa América. Um grupo ainda mais qualificado para dar sequência à arrancada, em meio às disputa das Copas Libertadores e do Brasil.
Quando chegou, um dos principais desafios do técnico era reanimar o ambiente e recuperar a confiança do elenco, que conquistou a Libertadores em 2023. Essa mudança se reflete em campo ao extrair o melhor dos atletas. Diogo Barbosa e Samuel Xavier, por exemplo, foram essenciais contra o Bahia e voltaram a jogar bem.
Gestão do elenco, sem improvisações e foco na meritocracia
O treinador deixou claro desde sua apresentação que colocaria quem estivesse em melhor condição no momento, independente da idade e carreira. E isso tem ficado claro com Marcelo e Renato Augusto na reserva, assim como a preferência por Kauâ Elias, que tem rendido mais que John Kennedy.
Por fim, ele tem conseguido gerir bem o elenco e, assim, consegue construir uma espinha dorsal para aumentar o entrosamento e a familiaridade com o estilo de jogo. Outro ponto foi que o treinador não tem improvisado com frequência com seu antecessor. Apenas o uso de Marcelo no meio, muito em virtude da questão física e qualidade de passe do experiente atleta.
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