SÃO PAULO

Começa julgamento dos suspeitos de sequestrar Marcelinho Carioca

Ex-jogador e amiga dele foram sequestrados em dezembro de 2023. Mais de 20 pessoas estão na pauta da audiência

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o julgamento começou às 13h45 deste sábado (2/8), no formato virtual -  (crédito: Mauro Horita/AGIF/D.A Press)
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o julgamento começou às 13h45 deste sábado (2/8), no formato virtual - (crédito: Mauro Horita/AGIF/D.A Press)

O julgamento dos sete réus acusados de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e da amiga dele, Taís Alcântara de Oliveira, começou no início da tarde desta sexta-feira (2/8). O crime ocorreu em 17 de dezembro de 2023 e eles foram soltos um dia depois.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o julgamento começou às 13h45, no formato virtual e ainda está em andamento. Dos sete acusados, cinco estão presos e dois foragidos. Jones Santos Ferreira, Wadson Fernandes Santos, Eliane de Amorim e Thauannata dos Santos e Caio Pereira da Silva foram presos logo após o crime.

Um homem e uma mulher ainda são procurados pela polícia: Matheus Eduardo Candido Costa e Camily Novais da Silva. A mulher, no entanto, constitui advogado e será representada na audiência, segundo o TJSP.

Ainda de acordo com o Tribunal, 21 testemunhas devem ser ouvidas, sendo 13 de acusação, 8 de defesa, além dos réus para serem interrogados.

O julgamento será presidido pelo juiz Sérgio Cedano, da 2ª Vara Criminal do Fórum de Itaquaquecetuba. A sentença dada pelo magistrado pode ser comunicada na própria audiência ou dias depois.

A justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. No caso dos foragidos, eles podem ser julgados à revelia. Os suspeitos foram denunciado pelo Ministério Público (MP) por diversos crimes, como associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Investigação

De acordo com o processo, ao menos dez pessoas participaram do sequestro de Marcelinho e da amiga dele. O caso é investigado pela Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil. Além dos sete acusados, outras três pessoas estão sendo investigadas.

De acordo com o delegado Fabio Nelson, responsável pela DAS, o crime não foi planejado. Para ele, os bandidos viram a oportunidade ao avistarem o carro de luxo em que o jogador foi visitar a amiga.

Depois do sequestro, porém, é que o bando se deu conta de que tinha levado o ex-jogador para o cativeiro. Duas transferências via Pix chegaram a ser feitas pela família, uma de de R$ 30 mil e outra de R$ 12 mil. A quadrilha ainda cobrou uma terceira transferência, que não foi feita. Nesse momento, Marcelinho era considerado sequestrado.

O automóvel do jogador foi abandonado depois pela quadrilha, que levou as vítimas para o cativeiro. Em entrevista o ao programa Fantástico, da TV Globo, no dia 24 de dezembro, o ex-jogador disse que era constantemente ameaçado de morte. Ele também foi agredido com coronhadas na cabeça.

Com a confirmação do sequestro de Marcelinho e Taís, a divulgação do caso na imprensa, e a busca da polícia pelos reféns, a quadrilha obrigou as vítimas a gravarem um vídeo falso. Nele, Marcelinho dizia ter se relacionado com uma mulher casada e que ambos foram sequestrados pelo marido dela.

Em depoimento, tanto o ex-jogador quanto a amiga negaram ter um relacionamento. O ex-companheiro da mulher também foi ouvido e afirmou não ter nenhum envolvimento com o caso.

Segundo a DAS, o intuito do vídeo falso era o de atrapalhar a investigação para dificultar os trabalhos da polícia na localização de Marcelinho e Taís.

A Polícia Militar encontrou os dois após receber denúncias anônimas do local do cativeiro em Itaquaquecetuba. "A todo momento, aquele apavoro. Um pegava uma arma: 'Já viu isso aqui? Já brincou de roleta-russa?' E girava. Colocaram a arma por baixo da toalha, aí senti aquela coisa gelada", relembrou Marcelinho em entrevista ao Fantástico.

Taís estava deitada na cama, olhando para a parede. Ela é funcionária da Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde o ex-atleta foi secretário até janeiro deste ano.

"O tempo todo eles pediam só para passar senha de Pix, essas coisas. Eles pegaram meu celular, provavelmente devem ter olhado o banco e, vendo que não tinha saldo, estavam mais pedindo para o Marcelo", contou Taís.

O Correio não localizou a defesa dos acusados. O espaço segue aberto para pronunciamento.

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Jéssica Andrade - Especial para o Correio
postado em 02/08/2024 15:38 / atualizado em 02/08/2024 15:38
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