Notícia boa e ruim ao mesmo tempo para o surfe do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Em uma bateria de oitavas de final 100% brasileira, nesta quinta-feira (1/8), Gabriel Medina se manteve vivo na busca pela medalha e eliminou o compatriota João Chianca, o Chumbinho, por 14.77 x 9.33 para garantir lugar nas semis. Favorito ao ouro, o três vezes campeão mundial surfou a melhor onda do dia, um tubo de nota 8.10, e liderou de ponta a ponta a disputa. O retorno ao mar de Teahupoo, no Taiti, para tentar uma vaga na final será no sábado (3/8), às 14h36.
Medina alcançou a segunda semifinal olímpica da carreira e chega com favoritismo redobrado, mas sonha com um desfecho diferente do de Tóquio-2020. Na ocasião, o brasileiro perdeu de forma polêmica para o japonês Kanoa Igarashi e depois foi novamente derrotado na disputa do bronze, mas conseguiu a vingança em Paris-2024 e quer o ouro. Com histórico de cinco notas 10 e duas vezes campeão na etapa do Taiti no circuito mundial, ele é um dos principais postulantes ao pódio.
O adversário na próxima fase será o australiano Jack Robinson, atual 3º no ranking da Liga Mundial de Surfe (WSL), que venceu o compatriota Ethan Ewing. Do outro lado da chave, o peruano Alonso Correa venceu o japonês Reo Inaba (10.50 x 10.16), algoz do brasileiro Filipe Toledo, e terá pela frente o francês Kauli Vaast, que deixou para trás o compatriota Joan Duru (15.33 x 12.33).
Como foi a bateria
Com um mar ainda longe das condições apresentadas em outros dias, mas ainda mais animado que nas oitavas de final do feminino, mais cedo, os tubos voltaram a aparecer e Gabriel não demorou para aproveitar. O tricampeão conseguiu 6.67 e depois outra nota, mas de apenas 0.50. Chumbinho tentou surfar uma onda de manobra, mas caiu e somou só 0.20. Na outra tentativa, com mais rasgadas e outra queda no fim, conseguiu 2.53.
Depois veio o show: com 20 minutos restando, em tubo mais profundo, Medina escapou da quebra, saiu inteiro e ganhou 8.10 dos juízes, a maior nota do dia. Em combinação, ou seja, precisando obrigatoriamente de duas ondas para conseguir virar o placar, além de estar sem a prioridade, Chianca seguiu procurando ondas médias para manobra , mas novamente teve dificuldade na junção da onda e caiu. Sem notas acima de cinco, o surfista de 23 anos conseguiu apenas um 4.83 e um 4.50. A esperança era um milagre de uma onda nota 10, mas ela não veio e Gabriel ganhou a bateria.
Foi apenas a terceira vez que os brasileiros se encontraram no mar, as outras duas no circuito mundial. Em ambas as ocasiões passadas a vitória foi de Medina, em Margaret River (2023) e El Salvador (2024).
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima
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