PARIS 2024

COI chama teste de gênero que desclassificou boxeadoras de "arbitrário"

Imane Khelif e Yu Ting Lin foram eliminadas de torneio da Associação Internacional de Boxe, entidade banida pelo Comitê Olímpico Internacional

As lutadoras Imane Khelif, da Argélia, e Yu Ting Lin, de Taiwan, reprovadas no teste de gênero no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Déli, na Índia -  (crédito: MOHD RASFAN/AFP e Comitê Olímpico de Taiwan)
As lutadoras Imane Khelif, da Argélia, e Yu Ting Lin, de Taiwan, reprovadas no teste de gênero no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Déli, na Índia - (crédito: MOHD RASFAN/AFP e Comitê Olímpico de Taiwan)

O Comitê Olímpico Internacional (COI) saiu em defesa das lutadoras Imane Khelif, da Argélia, e Yu Ting Lin, de Taiwan, reprovadas no teste de gênero no Campeonato Mundial de 2023 em Nova Déli, na Índia. Em comunicado oficial nesta quinta-feira (1º/8), o COI condenou os ataques às boxeadoras e declarou que “toda pessoa tem o direito de praticar esporte sem discriminação.”  

Imane Khelif e Yu Ting Lin foram desclassificadas após testes feitos pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que organizou o campeonato de 2023. O Comitê criticou o IBA e chamou a decisão do ano passado de “repentina e arbitrária”. “Perto do fim do Campeonato Mundial da IBA em 2023, eles foram repentinamente desqualificados sem nenhum devido processo”, declarou. A taiwanesa, que conquistou o bronze no campeonato, chegou a perder a medalha após da decisão. 

O COI ainda destacou que a decisão de suspensão das duas foi tomada inicialmente apenas pelo Secretário Geral e CEO da IBA e só depois confirmada pelo Conselho. Em entrevista à agência de notícias russa Tass, o presidente da associação afirmou que o teste de DNA constatou que as duas tinham cromossomos XY, que definem um indivíduo do sexo masculino. “Várias atletas que tentaram enganar as colegas e se fingir de mulheres”, acusou. 

Em 2023, o Comitê retirou o reconhecimento do IBA por uma série de fatores como falta de transparência e integridade na arbitragem, a Associação já estava suspensa desde 2019. 

Estreias 

A argelina e a taiwanesa competem em torneios de boxe há anos, incluindo os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O COI destacou que as duas, assim como todos os participantes, cumprem os regulamentos de elegibilidade. 

Imane Khelif se classificou na categoria até 66kg feminina e estreou em Paris nesta quinta-feira (1º/8), com um combate dramático. Com apenas 46 segundos de luta, a adversária, a italiana Angela Carini, abandonou a luta. Após levar um golpe no rosto, Angela levantou o braço e saiu para conversar com o treinador, que comunicou a desistência ao árbitro. 

Já Yu Ting Lin estreia na sexta-feira (2/8) contra Sitora Turdibekova, do Usbequistão.

  • Boxeadora taiwanesa Yu Ting Lin
    Boxeadora taiwanesa Yu Ting Lin Foto: Comitê Olímpico de Taiwan
  •  Algeria's Imane Khelif leaves after her women's 66kg preliminaries round of 16 boxing match against Italy's Angela Carini during the Paris 2024 Olympic Games at the North Paris Arena, in Villepinte on August 1, 2024. (Photo by MOHD RASFAN / AFP)
    Algeria's Imane Khelif leaves after her women's 66kg preliminaries round of 16 boxing match against Italy's Angela Carini during the Paris 2024 Olympic Games at the North Paris Arena, in Villepinte on August 1, 2024. (Photo by MOHD RASFAN / AFP) Foto: MOHD RASFAN / AFP
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 01/08/2024 21:16
x