A quarta-feira (31/7) do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 não teve conquistas traduzidas em medalhas. No entanto, a participação verde e amarela nas disputas da Cidade Luz foram capazes de protagonizar outras marcas. Durante as competições de triatlo e canoagem slalom, os atletas nacionais chegarem a feitos nunca antes alcançados. Antes, na terça-feira (30/7), o badminton também experimentou uma situação inédita.
Os resultados mais destacados do dia vieram em esportes com pouca expressão brasileira no cenário olímpico. No entanto, ao serem alcançados em meio à reunião das maiores potências mundiais, reforçam o surgimento de bons valores brasileiros nas modalidades. A conquista de medalhas pode até não ser uma realidade palpável nos próximos ciclos, mas indica cuidado e perseverança de quem luta pela evolução.
No triatlo, o Brasil se posicionou pela primeira vez no Top 10 da disputa masculina com Miguel Hidalgo. O brasileiro encerrou as competições de natação, bicicleta e corrida na 10º colocação, com o tempo de 1h44m27s. O triatleta até se mostrou insatisfeito com a posição final. Ele garantiu ter trabalho em busca de pódio. No entanto, maximizou a possibilidade de tentar a meta em Los Angeles-2028.
"Fiz um resultado histórico do Brasil. Eu nunca peguei um pódio mundial, mas eu fiz uma preparação para tentar ganhar a prova. Eu podia ter sido mais conservadora e, talvez, ficar em uma colocação um pouco melhor. Tentei o que eu pude para pegar a medalha e, infelizmente, não aconteceu. Estou orgulhoso porque eu fiz absolutamente tudo que eu pude na minha preparação e na prova. Tenho muito para amadurecer como atleta e, em Los Angeles-2028, quero fechar esse gap. Tenho certeza que eu vou ganhar ainda", avaliou.
Outra modalidade com ascensão em posições foi a canoagem slalom. Nas águas do Vaires-sur-Marne, Ana Sátila terminou a disputa do C1 feminino de Paris-2024 na quinta colocação. A atleta terminou com a frustração de ter ficado tão próxima do pódio, mas com certeza de evolução nacional na modalidade. Antes, o melhor resultado do Brasil - construído por ela mesma em Tóquio-2020 -, era um décimo lugar. Na sexta-feira (2/8), a atleta terá mais uma chance de medalha no caiaque extremo.
“Não estou feliz. Estava me sentindo muito bem, muito preparada. Tinha uma equipe gigante do meu lado, lutando dia e noite para que eu estivesse aqui na minha melhor forma, e eu estava. Infelizmente, não consegui essa medalha. Ainda estou assimilando tudo o que aconteceu, mas estou orgulhosa por ter colocado tudo o que eu podia dentro dessa competição. Claro que não foi o que eu queria, mas é analisar, descansar e me preparar para a última categoria que eu tenho”, avaliou.
Na competição de badminton, o Brasil chegou a Paris-2024 sem jamais ter experimentado o sabor de uma vitória. Mas, enfim, o gosto chegou ao paladar dos atletas do país. Na terça-feira (30/7), Juliana Viana venceu Yan Happy Lo Sin, de Hong Kong, por 2 sets a 0. Revelação em ascensão na modalidade, a piauiense de 19 anos acabou eliminada logo depois. No entanto, deixou a marca de potencial de crescimento para as próximas edições da competição olímpica.
A eternidade vem com medalhas, mas o processo não se constrói do dia para a noite. É necessário trabalho e investimento para maximizar o surgimento de grandes valores. Estabelecer novas marcas no cenário olímpico também é um passo essencial de valorização, pois gera a curiosidade de possíveis talentos para a prática de esportes não tão explorados no Brasil. O resultado prático das conquistas invisíveis de Paris-2024 serão, certamente, vistos ao fim de outros ciclos.