Automobilismo

F1: Williams anuncia acordo com Carlos Sainz para próxima temporada

Com futuro indefinido desde o anúncio de Lewis Hamilton na Ferrari a partir de 2025, espanhol terá contrato de múltiplos anos para correr pela equipe inglesa ao lado de Alex Albon

Chegou ao fim uma das principais novelas da silly season da Fórmula 1, o período de burburinho envolvendo trocas de pilotos e vagas no grid. A Williams anunciou nesta segunda-feira (29/7) um acordo de contrato multianual com Carlos Sainz para se juntar à equipe a partir de 2025, no lugar de Logan Sargeant. O espanhol era um dos principais nomes sem contrato para a próxima temporada, de aviso prévio desde janeiro em razão da ida de Lewis Hamilton para a Ferrari no ano que vem, e fará parte do processo de recuperação do time inglês ao lado de Alexander Albon.

Procurando uma nova equipe desde o começo do ano, quando soube que não teria o contrato renovado com a escuderia italiana, Sainz viveu altos e baixos até a chegada das férias de verão da categoria. Além da dor de cabeça em resolver o futuro, ele ficou de fora do GP da Arábia Saudita para fazer uma apendicectomia e logo na primeira corrida de volta venceu o GP da Austrália. No entanto, depois da vitória, retornou ao pódio apenas três vezes, todas em terceiro, e está em quinto no mundial, com 162 pontos.

“Foram meses intensos, tendo que combinar as corridas com ter que decidir meu futuro, mas agora estou 100% comprometido e confiante que a Williams é o lugar certo para passar os próximos anos. Eu realmente acredito no projeto e no progresso que foi feito, então a partir de 1º de janeiro de 2025 vou dar meu máximo para tentar devolver essa equipe ao lugar onde ela pertence”, disse o espanhol em vídeo publicado nas redes sociais.

O novo vínculo tem duração de dois anos e opção de renovação, entrando no período do novo regulamento, em 2026. Sainz chegou a ser cotado na própria Mercedes para substituir Hamilton e também teve o nome ventilado na Alpine, mas a escolha foi por se juntar à Williams, até pela falta de opção em outras equipes de ponta – e pela ausência de ofertas multianuais. Ele assume o cockpit de Logan Sargeant, que sofreu nos dois anos em que esteve no grid. Em 35 provas disputadas, o estadunidense só pontuou uma vez e teve uma série de batidas que deram prejuízo ao time liderado por James Vowles.

“Carlos se juntando à Williams é uma forte declaração de ambas as partes. Ele demonstrou várias vezes ser um dos pilotos mais talentosos do grid, com pedigree de vencedor de corridas, e isso ressalta a trajetória ascendente em que estamos. Carlos não traz apenas experiência e desempenho, mas também uma vontade em extrair cada milissegundo da equipe e do carro, é um encaixe perfeito. Também gostaria de agradecer ao Logan por tudo que fez pela equipe e sei que vai continuar lutando firme por nós nas próximas corridas”, comentou o chefe de equipe.

Desde 2021 na Ferrari, Sainz acumula três vitórias na F1, todas pela escuderia de Maranello. A primeira conquista veio no GP da Inglaterra de 2022, seguido por Singapura em 2023 e Austrália na atual temporada. Filho do bicampeão mundial de rally Carlos Sainz Sr., o espanhol começou na elite do automobilismo em 2015, pela Toro Rosso, atual RB, como membro da academia de pilotos da Red Bull. Depois, passou dois anos na Renault e outros dois na McLaren, equipe pela qual garantiu um lugar no pódio pela primeira vez, no GP do Brasil de 2019.

Com a confirmação do segundo assento na Williams, restam apenas quatro vagas em aberto no grid de 2025. O principal cockpit é o da Mercedes, para guiar ao lado de George Russell, e o jovem Andrea Kimi Antonelli, atualmente na Fórmula 2, parece o favorito para assumir o posto. Ainda existem opções na Alpine, Sauber e Racing Bulls, com o brasileiro Felipe Drugovich de olho em oportunidades para o retorno de um piloto do Brasil à Fórmula 1 desde a saída de Felipe Massa, no fim de 2017.

Enquanto o mercado segue quente, a categoria está no período das férias de verão europeias e retorna apenas em 25 de agosto, para o Grande Prêmio da Holanda. Restam dez etapas na temporada, com Max Verstappen na liderança do mundial de pilotos, com 277 pontos, seguido por Lando Norris (199) e Charles Leclerc (177). Entre as montadoras, a Red Bull é líder, com 408 pontos, McLaren em segundo (366) e Ferrari em terceiro (345).

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