Paris — Amigas e rivais na história recente dos Jogos Olímpicos, as duas maiores estrelas da ginástica artística vão ter o primeiro embate em Paris-2024. Hoje, a partir das 13h15 (de Brasília), Rebeca Andrade e Simone Biles lideram Brasil e Estados Unidos na final por equipes da modalidade, na Arena Bercy, com promessa de armas secretas em formas de movimentos para colocar a bandeira dos respectivos países no lugar mais alto do pódio.
As qualidades das melhores ginastas dos oito países classificados nas preliminares da competição (Grã-Bretanha, Romênia, Canadá, Japão, China e Itália) estarão em evidência. Suscetível a deslizes, a disputa pode mudar de direção com um simples erro de uma das quatro integrantes do time. Mesmo assim, a evidência e favoritismo ficam com Brasil e Estados Unidos. Além de Receba Andrade, a equipe nacional entra em cena com Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Júlia Soares.
Os aparelhos da disputa são trave, solo, barras assimétricas e salto. Todas precisam se apresentar. Nas classificatórias, o Brasil dosou forças e avançou com a quarta melhor nota (166.499). Liderados por Biles, os Estados Unidos passarem em primeiro, com 172.296. Itália e China também ficaram à frente das ginastas brasileiras. Entre todas as representantes, Rebeca (57.700 pontos) foi a melhor. Uma amostra grátis das possibilidades para a decisão. A paulistana reforçou o potencial no salto — especialidade da paulista dona de duas medalhas em Tóquio-2020 — e no solo.
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No entanto, não foi bem nas barras assimétricas. O nono lugar, curiosamente no aparelho preferido da série coletiva, deixou a ginasta fora, até mesmo das finais individuais no decorrer da semana. A concorrente Biles teve o mesmo destino, mas também brilhou nos demais exercícios em atuações melhores avaliadas pelos juízes quando comparados aos de Rebeca. Na somatória dos aparelhos, a norte-americana somou 59.566 pontos. Apesar da prova de força, os embates entre as duas devem contar com notas bastante parelhas.
Há promessas mútuas de novidades. Antes da Olimpíada, Rebeca registrou um novo salto e pode aplicá-lo. Biles adotou a mesma estratégia. Se obtiverem êxito nas tentativas inéditas, os momentos serão batizados com o nome das ginásticas destaques nas últimas edições dos Jogos (Rio-2016 e Tóquio-2020). Amigas nos bastidores, a norte-americana e a brasileira se respeitam muito. Tal sentimento foi deixado claro em declarações recentes das ginastas e dos estafes de apoio das seleções do Brasil e dos Estados Unidos.
Em um documentário da Netflix, Biles relevou ter em Rebeca o maior temor nas competições da ginástica artística. A produção aborda a retomada da norte-americana após os casos relacionados à saúde mental evidenciados após os Jogos de Tóquio-2020. Técnico da brasileira, Chico Porath vestiu a carapuça da sinceridade e fez uma previsão para as disputas das duas donas do show no solo: é impossível traçar estratégia para ganhar o ouro e a atleta nacional ganhará apenas se a principal adversária tiver erros na execução.
O cenário de uma grande disputa na Arena Bercy, em Paris, está desenhado. As duas principais estrelas, prontas e com o planejamento definido para ampliarem a relevância na história da ginástica artística. Só pelo tamanho do embate, o primeiro dos cinco rounds na disputa por medalhas, com o suporte das demais estrelas das equipes, tem tudo para ser lendário desde que não haja surpresa desagradável.
Simone Biles sentiu dor na panturrilha no último domingo, porém a técnica amenizou. "Ela começou a sentir esse desconforto há algumas semanas, mas havia desaparecido", comentou a médica da equipe dos EUA, Cecile Landi, sem mais detalhes.