Paris-2024

Tênis de mesa: Hugo Calderano retoma o sonho dourado após 1.095 dias

Saiba como o mesatenista número 6 do mundo se preparou para desembarcar em Paris no papel de um dos favoritos a subir ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris-2024

Mil e noventa e cinco dias depois da eliminação nas quartas de final nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, disputados em 2021 devido à pandemia, Hugo Calderano retomará neste domingo o projeto de brindar o Brasil com a primeira medalha no tênis de mesa. O primeiro desafio do sexto colocado no ranking mundial será contra o cubano Andry Pereira (57º), às 16h (de Brasília), na Arena Paris Sul. No ano passado, ambos decidiram a medalha de ouro no Pan de Santiago-2023. O brasileiro venceu e garimpou a medalha dourada.

Se avançar na primeira partida, Calderano enfrentará na segunda rodada o sobrevivente do duelo entre o espanhol Alvaro Robles e o austríaco Daniel Habesohn. Há um detalhe relevante no chaveamento. Calderano não enfrentará adversário chinês até a semifinal. O único na rota pode Wang Chuqin. 

A derrota no Japão para o alemão Dimitrij Ovtcharov ficou para trás. O foco de Calderano na França é o pódio. As raquetes do carioca de 28 anos estão prontas para rebater cada ataque ao campeão das três últimas edições do Pan em Toronto, Lima e em Santiago.

"Estou me sentindo ótimo. Tive ótimos meses, os últimos meses. Joguei muito, muito bem, ganhei alguns torneios e tive ótimas atuações. Dessa vez estou em boa forma para as Olimpíadas e Estou muito feliz por estar aqui”, disse Calderano nos preparativos.

Sexto colocado no ranking da ITTF na atualização realizada em 23 de julho, Calderano tem 3.545 pontos. Só está atrás do francês Felix Lebrun e de quatro representantes da China: Fan Zhendong 3.662), Long Ma (3.985), Jingkun Liang (4.085) e o líder disparado Chugin Wang (7.852). A distância na lista não intimida o carioca de 28 anos.

“Todo mundo sabe que eles (chineses) são os favoritos. É um bom sinal se eu puder jogar contra eles, porque significa que estou nas semifinais. Acredito que é possível fazer isso e vencê-los. Fiz há muito tempo. Algumas vezes antes. Você precisa estar na melhor forma, porque eles estão sempre bem-preparados”, analisa.

Calderano nota evolução no tênis de mesa. A concorrência dos chineses é óbvia. Difícil é evitar tropeços contra representantes de outras nações. O top 10 ainda tem um concorrente da França, outro chinês, um atleta da China Taipei, um japonês e um alemão.

"O nível dos outros países aumentou muito nos últimos anos. Há muitos, muitos jogadores muito fortes que podem enfrentar os chineses e desafiá-los. Tenho certeza de que sou um deles. Espero poder ser capaz de competir contra eles e ter um bom desempenho, eu não diria que nada pode acontecer, mas contanto que você esteja bem-preparado e se concentre no que precisa fazer, coisas boas podem acontecer”, argumenta.

Independentemente do adversário, o nível de concentração de Calderano é elevado. Está hipnotizado pela inédita medalha. “Isso significaria tudo para mim. Esse sempre foi o objetivo da minha carreira, conseguir uma medalha olímpica. Tive uma chance em Tóquio, mas não consegui. Dessa vez, estou muito mais forte do que em Tóquio e acho que tenho boas chances nisso. Será incrível para mim e para o tênis de mesa no Brasil”, diz.

A experiência dele será fundamental. “Eu sei o que esperar. Provavelmente estou mais maduro agora, mais experiente, também mais forte fisicamente, tecnicamente e em todos os aspectos do jogo. Ter disputado dois Jogos Olímpicos já vai me ajudar aqui”, acredita.

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