racismo

Presidente da Argentina demite subsecretário após cobrança a jogadores da seleção

abriu investigações contra atletas da seleção albiceleste por provocações racistas a jogadores franceses após conquista da Copa América

A comemoração com polêmica de jogadores da Argentina depois da conquista da Copa América ainda causa consequências. Afinal, o presidente do país, Javier Milei, anunciou a demissão do subsecretário de esportes, Julio Garro, na última quarta-feira (17). A principal razão para tal decisão, segundo o governante, foram as cobranças por desculpas por parte do político aos atletas da seleção albiceleste.

Por sinal, Milei comunicou o desligamento do subsecretário de esportes através das redes sociais do gabinete presidencial.

“A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, Campeã Mundial e Bicampeã Americana, ou a qualquer outro cidadão. Por isso, Julio Garro deixa de ser Subsecretário de Esportes da Nação.”

O episódio ganhou repercussão na última segunda-feira (15), quando o meio-campista Enzo Fernández compartilhou parte da festa de comemoração do título da Copa América. Os atletas festejavam no ônibus, mas entoaram cântico racista e transfóbico como provocação aos jogadores da seleção francesa.

“Eles jogam pela França, mas são de Angola. Que bom que eles vão correr, se relacionam com transexuais como Mbappé. A mãe deles é nigeriana, o pai deles cambojano, mas no passaporte: francês”, cantavam.

Após perceber o caráter da letra da música, o volante encerrou a transmissão. Aliás, a canção já havia recebido críticas na Copa do Mundo de 2022, quando surgiu. Vale relembrar que a criação partiu da torcida argentina depois da conquista do Mundial, quando enfrentaram exatamente a França.

Federação Francesa solicita punição à Argentina

Por conta da reincidência, a Federação Francesa de Futebol (FFF) decidiu pedir punição à Fifa pelo ato racista. Posteriormente, a entidade máxima do futebol anunciou que abriria uma investigação sob a transmissão feita por Enzo Fernández em sua rede social.

“A Fifa condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, torcedores e dirigentes”, declarou em nota.

O volante da Argentina posicionou-se através de comunicado e pediu desculpas. Ele reconheceu seu erro e confessou que se empolgou pelo momento de celebração. Apesar disso, a canção não representaria as suas crenças.

Discordância de Milei com Garro

Anteriormente, com a repercussão, o antigo subsecretário de esportes Julio Garro declarou em entrevistas que o capitão Messi e os demais jogadores deveriam vir a público para se retratar. Por outro lado, a alta cúpula do governo argentino não avaliou o episódio como negativo. Prova disso é que a vice-presidente, Victoria Villarruel, acredita que o país é soberano. Além disso, citou a França, mas com críticas ao seu antigo caráter imperialista.

“Nenhum país colonialista vai nos intimidar por uma canção de campo ou por dizermos verdades que não querem admitir. Parem de fingir indignação, hipócritas”, afirmou a vice-presidente.

Ela ainda demonstrou apoio a Enzo e fez um agradecimento a Messi.

“Argentinos sempre de cabeça erguida”, complementou.

De acordo com a imprensa argentina, Milei já dava indícios de que poderia demitir Garro. Em sua conta no X, o antigo Twitter, o presidente argentino compartilhou condenações ao subsecretário.

“Dizer que Messi tem que pedir desculpas a uns europeus colonizadores por uma canção que fala a verdade é ir totalmente contra a ideologia”, afirmava a postagem que criticava Javier.

Além disso, o presidente argentino exaltou Messi em diversas ocasiões. Em entrevista ao jornal “La Nación”, em fevereiro deste ano, Milei apontou que gostaria de conversar com o craque. Mais recentemente, afirmou que seria um privilégio receber o camisa 10 da seleção argentina. A propósito, acredita que o futebol do astro local é superior ao de Pelé.

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