Paris — Principal nome da canoagem slalom do Brasil, Ana Sátila saiu novamente desapontada do complexo náutico de Vaires-sur-Marne, nesta quarta-feira (31/7), com a ausência no pódio da categoria C1 da canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de 2024. Ana ficou em 5º lugar com o tempo de 112.70 — 11s64 da primeira colocada, a australiana Jessica Fox, que ficou com o ouro. A alemã Elena Lilik e a estadunidense Evy Leibfarth, completaram o pódio com a prata e o bronze, respectivamente.
A mineira de 28 anos estava na decisão do C1. Foi a oitava de 12 atletas a descer. No entanto, foi mal com o tempo de 110.70, mais os dois segundos de penalidade, totalizando 112.70. Ela havia se classificado à final do C1 da canoagem slalom com o quinto melhor tempo. Na bateria, concluiu o percurso em 109.88.
Em entrevista ao Correio, a brasileira afirmou que fez tudo o que podia ser feito, mas que não sentiu que o erro em uma das portas a atrapalhou. "Eu estava muito focada. Eu ainda não tive tempo de analisar o que aconteceu e não tive tempo de ver a minha competição, tudo passa muito rápido na final, mas eu dei o meu melhor e eu estou feliz com isso", pontuou.
Ana ainda falou sobre competir mais uma vez em Olimpíadas pelo Brasil. "Eu estou aqui mais uma vez representando meu país, eu fiz tudo o que eu podia ter feito e aconteceu de errar nessa final, mas eu estava me sentindo muito bem. Só tenho que agradecer pela equipe que me ajudou a chegar aqui no meu melhor hoje e foi um erro meu. Eu estou feliz com a minha participação e agora tentar esquecer isso, erguer a cabeça e preparar a próxima competição, que é a do cross", afirma.
A mineira de Itaruma desembarcou na França para disputar três medalhas. No caiaque individual, chegou à decisão, mas foi quarta. O próximo desafio será pelo caiaque cross, categoria estreante, com baterias nesta sexta-feira (2/8), a partir das 11h40 (de Brasília).
A carreira de Ana Sátila
Aos 28 anos, a brasileira já participou de três Jogos Olímpicos antes de Paris 20247. Em Londres 2012, foi a caçula da delegação. Em Tóquio, já tinha conseguido a marca histórica de chegar a final, terminando em 10º.
Nas águas parisienses, Ana chegou onde ninguém nunca chegou, ficando a 1s75 do pódio olímpico no K1 (caiaque), em que é especialista. Agora, conquistou medalha no C1 (canoa), a primeira da modalidade em Olimpíadas. Ela ainda competirá no cross em solo francês.
Entre as principais conquistas da carreira estão o título mundial no caiaque cross, em 2018, e duas medalhas no Mundial de 2017 (prata no cross e bronze no C1).
Nos Jogos Pan-Americanos, ela conta com seis medalhas, cinco de ouro. Ela também foi quatro vezes campeã mundial de base.
A ligação de Ana Sátila com o esporte vem de família. Filha de professor de natação, desenvolveu cedo força nos braços e destreza, o que a levou à canoagem. Ainda na infância, mudou-se para Foz do Iguaçu (PR) para treinar com a Seleção Brasileira. O ponto de virada veio aos 12 anos, quando conquistou o primeiro título brasileiro.
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