Tarja das olimpiadas
Vôlei

Brasil espera recuperar prestígio durante a competição

Diferentemente de Olimpíadas recentes, Seleção Brasileira masculina chega a Paris sem protagonismo por lugar ao pódio, mas confia em evolução ao longo do torneio

Leal é dúvida para a estreia no sábado contra a Itália. O ponteiro se lesionou durante o treinamento de ontem ao torcer o tornozelo direito -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Leal é dúvida para a estreia no sábado contra a Itália. O ponteiro se lesionou durante o treinamento de ontem ao torcer o tornozelo direito - (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Paris — A Seleção Brasileira masculina de vôlei realizou, ontem, o primeiro treino em Paris. O trabalho teve momentos de descontração, encontro com rivais e sinceridade de um líder da equipe. Após terminar em quarto lugar em Tóquio 2020, a equipe  viveu o ciclo parisiense de forma conturbada. Em processo de renovação de atletas, o Brasil passou por troca no comando técnico, campanhas decepcionantes e, diferentemente de edições anteriores, não chega à Olimpíada entre os favoritos — como reconhece o levantador Bruninho, capitão do time.

"De todas as Olimpíadas que eu participei, sem dúvida, essa é a única em que a gente não chega como favorito. Tirando o bronze mundial, acredito que nesse ciclo a gente tenha tido muitos altos e baixos. Outras equipes foram melhores que a gente e estão mais cotadas. Não muda nada no nosso trabalho, temos que pensar na nossa equipe, como vamos evoluir. Temos feito isso no dia a dia, buscando entender nossas limitações, tentar diminuí-las. Acho que o principal é a hora do 'vamos ver'. Na Olimpíada, o Brasil tem a responsabilidade, apesar de não ser um dos favoritos, de entrar e representar. E é isso que a gente vai fazer", disse.

Com exceção do título da Liga das Nações de 2021 e do bronze no Mundial em 2022, a Seleção Brasileira não alcançou grandes resultados nos torneios pós-Tóquio. Na VNL deste ano, por exemplo, terminou em sétimo lugar. No Sul-Americano de 2023, perdeu para a Argentina na final.

Às vésperas da Olimpíada, o Brasil disputou dois amistosos preparatórios contra a Alemanha — um na sexta-feira (19/7) e outro no domingo (21) — e saiu vencedor em ambos. A estreia em Paris será contra a Itália, atual campeã mundial. O jogo será no sábado, a partir das 8h (de Brasília).

"A gente sabe que amistosos servem para ganharmos ritmo de jogo, depois de aproximadamente um mês sem jogar desde a Liga das Nações. A motivação é muito grande em estar participando da Olimpíada. São três anos, foi um ciclo mais curto de preparação, de dedicação. A dedicação que a gente teve para chegar nesse momento. Temos uma chave, uma pedreira muito grande logo na estreia, contra o atual campeão mundial. Sabemos da qualidade, é um time muito forte fisicamente, jovem, que saca muito bem", destacou Bruninho.

Leal se lesiona no treinamento

O ponteiro Leal é dúvida para a estreia do Brasil na Olimpíada de Paris. O jogador se lesionou durante o treinamento desta quarta-feira (24/7) ao torcer o tornozelo direito. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) informou que a entorse não foi grave, mas que o jogador passará por novos exames. Ele não retornou para o treino e deixou a quadra com gelo no local.

O primeiro treino na Arena Paris Sul ficou marcado por momentos de descontração entre atletas e comissão técnica. Houve também trabalho sério, na quadra em que o Brasil disputará os jogos. A primeira parte das atividades foi em uma área reduzida, onde os atletas fizeram exercícios mais leves. Durante o rachão, o técnico Bernardinho fez algo clássico dos treinos da Seleção: bem humorado, passou o rodo no lado do time que perdeu o ponto.

Depois do momento de descontração, a Seleção Brasileira partiu para a quadra principal, com objetivo de realizar um treino visando à estreia contra a Itália. Ao chegar ao local, os jogadores deram de cara justamente com os rivais europeus, que treinavam na quadra instantes antes da chegada do Brasil. Os atletas se cumprimentaram com apertos de mãos, abraços e trocaram rápidas palavras.

Torcida de volta aos ginásios

A Olimpíada de Paris será especial para os atletas e fãs do esporte. Após Tóquio 2020, que ocorreu em 2021 e sem torcida em função da pandemia de Covid-19, o público poderá torcer in loco para os competidores.

Ponteiro da Seleção, Lucarelli comemorou o retorno do público e também citou a reformulação no elenco brasileiro. "O mais importante, é a volta da torcida. Sair de uma Olimpíada do Rio de Janeiro, onde o ginásio estava sempre lotado, e ir para Tóquio, que estava sempre vazio, foi chocante. A atmosfera é diferente, aquela energia de fazer um ponto e escutar a torcida, independentemente se é a favor, a torcida cria uma atmosfera de batalha. É uma sensação muito melhor, acho que isso vai ser um conteúdo muito bom. O nosso grupo tem mudado, bastante gente nova, isso é uma coisa muito importante também. Temos bastantes opções, diferentes tipos de jogo, ajuda no campeonato."

  • Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei. Paris-2024
    Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei. Paris-2024 Foto: eandro Couri/EM/D.A Press
  • Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei. Paris-2024
    Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei. Paris-2024 Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
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postado em 24/07/2024 19:32 / atualizado em 24/07/2024 23:16
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