Mais um péssimo exemplo de preceito e ignorância no futebol sul-americano. A torcida do River Plate ignorou as manifestações contrárias à canção racista entoada pelos jogadores da seleção argentina. Neste domingo (21), no Monumental de Núñez, contra o Lanús, pela liga nacional, o público do estádio cantou a música que ofende os atletas franceses, principalmente os filhos de imigrantes africanos. Além de racista, a letra também tem partes de transfobia.
A torcida anfitriã passou a repeti-la quando Enzo Fernández, cria do River Plate e campeão recente da Copa América pela Argentina, apareceu no gramado para ser homenageado com uma camisa 13, número que utilizou durante a passagem pelos Millonarios. Na semana passada, durante a celebração pelo título internacional da Albiceleste, o meia, empolgado, filmou os seus companheiros de seleção cantando a canção.
O vídeo viralizou, e Enzo precisou pedir desculpas. No entanto, seu clube, o Chelsea, e a Fifa anunciaram que abririam uma investigação sobre o tema. Nos Blues, aliás, o vídeo não caiu bem. Fofana, francês e companheiro do argentino no clube londrino, replicou a publicação do hermano e classificou o gesto de “racismo desinibido”.
O caso também chegou ao governo argentino. Até então subsecretário de Esportes, Julio Garro cobrou desculpas oficiais de Messi, como capitão da seleção, e da Associação de Futebol da Argentina (AFA) pela música contra os franceses. Porém, o presidente Javier Milei o demitiu, sob argumento que “nenhum governo diz o que a seleção argentina deve fazer”.
A letra racista que jogadores argentinos e a torcida do River cantaram:
“Eles jogam pela França
mas são de Angola
que bom que eles vão correr
se relacionam com transexuais
a mãe deles é nigeriana
o pai deles camaronês
mas no passaporte: francês”
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