O vôlei masculino pode fazer uma grande apresentação em Paris-2024 e voltar para casa com uma medalha - foi quarto em Tóquio. Mas precisa melhorar bastante seu desempenho, ainda bem abaixo do esperado. Nesta sexta-feira, em Metz, os comandados de Bernardinho fizeram um amistoso com a Alemanha e, repetindo os altos e baixos da Liga das Nações, sofreram para buscar a virada, por 3 a 2, parciais de 21/25, 25/23, 29/31, 25/19 e 17/15.
A irregularidade dos comandados de Bernardinho é um quesito a ser ajustado nessa semana que antecede aos Jogos. Foram 39 erros cometidos na partida, que durou três horas. O amistoso ainda ficou marcado por arbitragem confusa, com interrupções longas em desafios de três minutos ao menos, sobretudo no tie-break, e revisões com definições polêmicas, irritando os dois treinadores.
O jovem oposto Darlan terminou como o maior pontuador brasileiro, com 24 bolas certeiras, seguido por Lucarelli, responsável por outros 18. Leal, poupado nos últimos dois sets, anotou outros 10, assim como Lucão.
Antes da olimpíada, as seleções voltam a se enfrentar no domingo pela manhã, no último teste antes da estreia em Paris, desta vez em Saarbrücken, na Alemanha, pelo ajuste final. Depois, ambos não poderão mais errar.
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A seleção brasileira está no Grupo B nos Jogos, ao lado de Itália, adversária da estreia, dia 27 de julho, da Polônia (jogam 31/7) e Egito (2/8). Os alemães figuram no Grupo C, com Estados Unidos, Argentina e Japão. Os dois melhores de cada um dos três grupos, mais dois terceiros lugares avançam às quartas de final.
Querendo entrosar seus titulares, Bernardinho mandou à quadra o levantador Bruninho, o líbero Thales, Darlan como oposto, Leal e Lucarelli como ponteiros e os centrais Lucão e Flávio se revezando.
O jogo foi equilibrado até 12 a 12 no primeiro set, quando os alemães encaixaram três pontos seguidos, sendo um de ace, obrigando Bernardinho a pedir tempo, mostrando que estava levando o amistoso com seriedade.
Nada de modificações na equipe, contudo. A ordem é deixar os titulares entrosados para Paris-2024. Nada de conseguir a reação na parcial, contudo. Mesmo quando o saque forte entrou, o bloqueio não conseguiu chegar, para muita reprovação de Bernardinho, bastante agitado na beira na quadra.
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Os alemães mantiveram a boa vantagem até o fim e fecharam com 25 a 21 após bloqueio brasileiro para fora. O Brasil terminou a parcial com Cachopa no levantamento, Alan de oposto e Adriano na ponta, dando descanso aos titulares e com o técnico observando suas opções.
O início do segundo set veio com os alemães logo abrindo 4 a 2. Mas a reação aconteceu rápida, com o Brasil virando para 8 a 6 após ataque para fora. Um tanto mais organizado e calmo em relação ao set inaugural, o time verde e amarelo tentava se impor no saque e com o bloqueio aparecendo mais.
Tudo estava bem, até Darlan mandar um contra-ataque para longe e a recepção vacilar, sofrer novo ace, com os alemães encostando com 16 a 15. Bernardinho, visivelmente irritado com a apresentação e falhas em algumas bolas, parou novamente o jogo. Mesmo não sendo explosivo como antigamente, o comandante demonstrava um nervosismo acima do habitual desse nova fase mais "light." Viu bloqueios de Darlan e Leal evitarem o empate.
O Brasil igualou o amistoso ao fechar por 25 a 23 após crescimento nos bloqueios e no saque. Mas, mais uma vez, sofreu um apagão na reta final. Tinha 24 a 20 e quase permitiu o empate. Em ataque de Alan, buscou o 1 a 1.
O terceiro set tinha tudo para ser brasileiro. AS seleções trocaram pontos até a reta final, quando o Brasil abriu 21 a 18, deixando Bernardinho mais calmo em quadra. Vieram os erros e a Alemanha empatou. Duas falhas e a parcial foi para os europeus, com 31 a 29.
Como era esperado, o treinador deu oportunidade para os outros reservas já no começo do quarto set, com Lucas Bergmann e Isac iniciando a parcial. Com as novidades bem na largada do set, o Brasil abriu logo 9 a 4. O ponteiro atacava com personalidade e o meio de rede se destacava no potente saque.
Em seu melhor set até então, o Brasil abriu sua maior vantagem na partida em bola pelo meio de Isac e 17 a 10 no placar. Os alemães não sabiam como conter o repertório rival e optaram por pedido de tempo. No fim, empate com 25 a 19.
A definição acabou no tie-break e o início foi ruim, com o Brasil dando cinco pontos aos alemães em erros. Mesmo assim, a parcial era equilibrada, com o empate permanecendo até 8 a 8, antes de os europeus abrirem dois de vantagem. A Alemanha aumentou para 12 a 9 quando Bernardinho pediu seu último tempo e se deu bem, com a equipe buscando novo empate.
Depois de salvar dois match points, a seleção abriu 16 a 15 com bloqueio de Lucão. E na primeira oportunidade, em bom contragolpe de Darlan, fechou o jogo. Apesar dos muitos erros, a seleção mostrou superação e virou a partida.
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