Ketleyn Lima Quadros costuma ser protagonista em Jogos Olímpicos. A judoca de Ceilândia Sul se orgulha de ter aberto o caminho das medalhas individuais das mulheres do Brasil em 11 de agosto de 2008, com o bronze na edição de Pequim. Em 23 de julho de 2021, esteve sob os holofotes como a porta-bandeira do país, ao lado do levantador Bruninho, da Seleção de vôlei, durante a cerimônia de abertura da versão de Tóquio. Três anos depois, a brasiliense ensaia movimento para se manter em evidência e se tornar a segunda atleta feminina da modalidade a faturar mais de um pódio.
Somente Mayra Aguiar brindou o Brasil com mais de uma medalha no esporte mais vitorioso do país em Olimpíadas. Dos 24 pódios, três passaram pelos pés e pelas mãos da gaúcha de Porto Alegre. Sarah Menezes e Rafaela Silva têm uma conquistada, com os ouros em Londres-2012 e Rio-2016, respectivamente. Judoca mais experiente entre os 13 convocados, Ketleyn crê no sucesso a partir de processos. "O judô te ensina a celebrar as conquistas diárias, pequenas ou grandes, e isso ajuda a superar tantos desafios que o investimento no esporte exige. É amar o que faz, porque aí os sacrifícios acabam fazendo parte. Onde tem amor, tem sacrifício. E a gente só faz sacrifício para aquilo que a gente ama muito", comentou em entrevista ao portal Olympics.
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É com muito amor que Ketleyn Quadros faz os últimos ajustes antes da estreia nos tatames da terceira Olimpíada da carreira. A jornada começa daqui a 10 dias na eliminatória da categoria 63kg na Arena Campo de Marte. "Entendo que estou na reta final e espero fazer a melhor (preparação) possível. Só estou aproveitando e, assim, vivendo. Hoje, sou uma Ketleyn muito feliz, muito realizada dentro da modalidade, mas não satisfeita", ressalta. Aos 36 anos, ela chega com apetite de medalhas. No "ensaio" dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, faturou o bronze. A classificação, porém, veio no golden score, a "prorrogação do judô", em 24 de junho, via cota continental. Antes tarde do que nunca.
Ketleyn Quadros sempre foi ligada ao esporte. Na infância, participou da tradicional Corrida de Reis, frequentou as aulas da natação em Ceilândia Sul, mas sempre se interessou pela arte suave. Convenceu a mãe, Dona Rosemary Quadros, a matriculá-la no judô. A participação na terceira Olimpíada da carreira, na casa da segunda maior potência da modalidade, reforça o acerto na escolha.
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Hoje, Ketleyn defende o clube Sogipa, mora em Porto Alegre, mas contará com um apoio massivo da região mais populosa do Distrito Federal durante a jornada na Cidade Luz. Dona Rosemary costuma mobilizar a família, vizinhos e estender uma grande faixa. Foi assim em 2008 e em 2021, com a homenagem exposta acima do portão da casa na QNM 17 de Ceilândia Sul: "Minha filha Ketleyn Quadros está nas Olimpíadas de…". Essa energia, certamente, chegará a ela. "Tenho exemplos na minha família de mulheres guerreiras, que acreditaram e lutaram por aquilo que quiseram", compartilha.
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