Passos ritmados, sempre em contato com o solo, mas sem perder a noção de importância da velocidade e do foco de bater metas e objetivos. O conceito da marcha atlética, uma das modalidades mais icônicas do programa dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, nunca esteve tão ligado à trajetória de uma atleta até a conquista da vaga no maior evento esportivo do planeta. Personagem do oitavo episódio da série Équipe Brasília, série do Correio sobre os brasilienses no encontro do esporte na França, Gabriela Muniz não é apenas uma promessa em ascensão da modalidade. Moradora do Itapoã e com trajetória ligada a Sobradinho, é um exemplo dos frutos colhidos através do trabalho.
Joia bruta forjada no Clube de Atletismo Sobradinho (Caso) do Distrito Federal, um polo de revelação e preparação de destaques da marcha atlética no país, Gabriela sempre cultivou paixão por esportes. A aproximação com modalidade e futura profissão, no entanto, começou com requintes de brincadeira. Em outubro de 2014, os 12 anos, a atleta iniciou a prática por simples lazer. “Praticava por gostar bastante”, resume, ao Correio. Quando criança, Gabi acumulou outra paixão fora do esporte: o teatro. “Fiz antes de começar no atletismo. Me ajudou no desenvolvimento e na minha comunicação. Foi uma fase excepcional”, rememora.
Executar os movimentos característicos da marcha, no entanto, caíram de vez no gosto da brasiliense. O talento transformou a seriedade do hobby por meio de marcas e conquistas. O currículo de Gabriela acumula conquistas relevantes e títulos de diferentes categorias nacionais, pan-americanos, além de participações de destaques em Troféus Brasil e Mundiais. Todo o preparo a guiou até Paris-2024. “Sempre sonhei em participar de uma Olimpíada. Hoje, aos 22 anos, posso dizer que estou muito feliz e realizada em fazer parte do time que representará o Brasil. Sem dúvidas, é fruto de muito trabalho, esforço e dedicação”, conta.
Gabi faturou a vaga para disputar os 20km da marcha atlética na Cidade Luz durante a semana, quando a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) confirmou os convocados. A brasiliense, no entanto, estava segura do chamado. “Quando fechou o prazo e o ranking de qualificação para os Jogos, eu já sabia que iria conseguir realizar este sonho. Estava tranquila”, confidencia. Até mesmo os treinos estavam focados para Paris. “Para mim, o pouco tempo até a competição não atrapalha. Vinha fazendo treinamentos mais intensos para competir no Troféu Brasil. Agora, é continuar com o trabalho e ajustar algumas coisas”, pontua.
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Com as atividades no Caso, a brasiliense acostumou-se a praticar ao lado de referências. Um dos colegas é Caio Bonfim, outro nome do Distrito Federal com vaga em Paris-2024. Para Gabi, o significado do atleta é além do simples fato de ser um companheiro de equipe. “É também uma inspiração, sempre me ajudando com dicas e conselhos para essa temporada tão importante”, cita. A admiração se estende à família do atleta. “Os pais dele são meus treinadores. O professor João Sena atua fazendo o treinamento e a professora Gianetti Sena nos acompanha na prática e no dia a dia”, explica. “Minha família, desde mais nova, sempre me apoiou e me motiva a buscar mais e correr atrás dos meus sonhos”, vibra
Um dos maiores sonhos está garantido com a participação nos Jogos Olímpicos. E a conquista dá a Gabi a certeza de estar no rumo certo. “Paris era o meu maior objetivo e estou muito feliz em integrar e fazer parte dessa edição”, aponta. Os próximos passos ritmados da carreira sob a magia da Cidade Luz também estão definidos. “Para esta Olimpíada, quero ir e dar o meu melhor. Quero fazer a minha melhor marca e também representar bem o Brasil. É uma experiência única e pretendo viver da forma mais leve. Tenho concorrentes fortes, mas meu objetivo é estar entre elas”, prospecta. Assim como tudo na vida, a brasiliense sabe bem onde pisar para realizar os planos traçados.
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