Na manhã de ontem, a governadora em exercício Celina Leão (PP) inaugurou, em Ceilândia, a segunda unidade do comitê de proteção à mulher. O espaço vai funcionar na sede da administração regional da cidade, em horário comercial, e contará com profissionais capacitados para atender mulheres, familiares e pessoas dispostas a denunciar situações de violência doméstica. Durante a cerimônia de abertura, Celina Leão destacou a previsão de abertura de sete comitês até o fim deste ano.
A unidade de Ceilândia é a segunda a entrar em funcionamento, a primeira foi inaugurada no Itapoã, em março deste ano. Os comitês estão previstos na Lei nº 7.266/2023, de autoria da deputada distrital Jane Klebia (Agir).
No evento, Celina destacou que o espaço faz parte de uma política pública importante, trabalhada em rede, com o envolvimento de várias secretarias e, agora, das administrações regionais. "A gente também quer trabalhar outras pautas, como o empreendedorismo, para ser um lugar onde as mulheres se sintam acolhidas em qualquer tipo de tema", ressaltou.
A distrital Jane Klebia, autora da lei que criou os comitês, ressaltou que a política era uma necessidade do DF. "Nós temos diversos órgãos de proteção à mulher, mas esse comitê vem para ser esse órgão integrador. A ideia é que cada região administrativa tenha um comitê e que ele seja um local de referência. Nós temos visto, hoje, que quando a mulher registra um boletim de ocorrência ela fica meio perdida sem saber o que fazer depois, então esse comitê terá pessoas preparadas, conhecedoras da rede, para fazer o acolhimento e orientação", declarou.
A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, informou que o comitê trabalhará com busca ativa, em parceria com a Polícia Militar do DF (PMDF) e explicou que a escolha da região para a instalação do segundo comitê foi feita com base em indicadores. "A gente sabe da necessidade singular de Ceilândia, que é uma cidade populosa, que tem altos índices de violência doméstica, então esse é mais um equipamento, além da Casa da Mulher Brasileira e do Espaço Acolher, que foi uma nova política. Hoje, nós temos esse comitê para dar apoio a essas mulheres, porque a gente sabe que é muito difícil sair dessa região para ir ao Plano Piloto, por isso a gente tem descentralizado as ações da Secretaria da Mulher", ressaltou.
Na ocasião, Celina destacou a queda de 63% no número de feminicídios no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado e declarou que, apesar do declínio, ainda há muito o que ser feito no Distrito Federal. "Eu acredito que há um caminho grande a ser trilhado, não há ainda o que se comemorar, porque a gente quer zerar esse índice no DF. Estamos trabalhando todos os dias para isso, aumentando o diálogo, a conscientização, falando para que as mulheres façam registro da ocorrência e trabalhando as legislações", disse.
Além do novo equipamento público, Ceilândia dispõe da Casa da Mulher Brasileira (CMB). O espaço celebrou três anos em 2024 e fez mais de 24 mil atendimentos desde a abertura. Somente este ano, de janeiro a maio, foram 2.844 atendimentos realizados, amparando 506 mulheres.
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