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PARIS-2024

Como funciona a logística dos nove cavalos do Brasil na Olimpíada

Animais de custo médio de R$ 6 milhões são transportados dentro de contêineres em aviões ou caminhões por empresas especializadas. Responsáveis precisam apresentar documentação e exames médicos

Carioca radicado no DF, Stephan de Freitas Barcha foi ouro no Pan de Santiago-2023 montando Chevaux Primavera Império Egípcio -  (crédito: Miriam Jeske/COB)
Carioca radicado no DF, Stephan de Freitas Barcha foi ouro no Pan de Santiago-2023 montando Chevaux Primavera Império Egípcio - (crédito: Miriam Jeske/COB)

Existe uma maratona pouco conhecida pelos torcedores antes dos Jogos Olímpicos. Esqueça as pistas de atletismo, outro corre-corre intenso que demanda extrema precisão e atenção é o transporte dos cavalos do Time Brasil para Paris-2024. O país terá nove representantes nas três modalidades — saltos, hipismo completo e adestramento — e trabalha minuciosamente para não esbarrar nos obstáculos logísticos e prejudicar o desempenho desses atletas especiais.

Os cavalos custam, em média, R$ 6 milhões e têm os direitos divididos entre vários "donos", como jogadores de futebol. Esse detalhe é suficiente para ilustrar a seriedade do processo. Como a maioria dos cavaleiros e amazonas têm base na Europa ou nos Estados Unidos, os animais costumam ser transportados dentro de contêineres em aviões ou caminhões. Cada compartimento pode abrigar de um a três animais. Acostumados às viagens, não costumam ser sedados e têm à disposição serviço de bordo com comida e água. Porém, outros cuidados são tomados, como o fato de não poderem ficar muito tempo parados. A atenção à alimentação também é redobrada.

Segundo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Ronaldo Bittencourt Filho, as rações não podem ser importadas. Porém, a organização de uma Olimpíada na Europa torna a tarefa menos complicada, pois alguns dos melhores mantimentos são produzidos no Velho Continente. Para o sucesso logístico, são contratadas empresas especializadas, como a Peden Bloodstock, sediada no Reino Unido e na Alemanha, com serviços prestados desde a Olimpíada de Roma-1960 e colaborações em Mundiais.

Para entrarem no país da competição, os cavalos precisam apresentar documentação reconhecida pela Federação Internacional de Hipismo (FEI, na sigla em inglês), comprovar a realização de exames e cumprir período de quarentena para evitar contaminações. São acompanhados por veterinários e cuidadores credenciados para o evento. Para Paris-2024, os profissionais embarcam com três bagagens de 180kg com todos os materiais necessários. Na chegada ao destino, os animais são submetidos a trabalhos de recuperação e adaptação às novas cocheiras e espaços de treino.

"O transporte dos cavalos do Time Brasil tem algumas particularidades. Primeiro, pelo valor, são animais que custam milhões de dólares. Os cavalos não podem passar por nenhum estresse em toda a viagem. E isso pode acontecer, se você não tiver atenção. Por isso, trabalhamos nos mínimos detalhes", explica Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacionais e subchefe da Missão Paris 2024 do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Membro da equipe de logística, João Gabriel Pinheiro avalia a tarefa como uma mais difíceis do bastidor da Olimpíada. "O papel principal do COB é trabalhar com uma empresa especializada, colocar profissionais com alto conhecimento técnico e proporcionar o maior conforto possível no transporte deles, desde o haras de origem até o local de competição, tem de ser o transporte mais rápido possível"

O Brasil terá nove representantes em Paris. Compõem o time dos saltos: Yuri Mansur, Pedro Veniss, Rodrigo Pessoa e o carioca radicado no DF, Stephan Barcha. No hipismo completo, Carlos Parro, Marcio Jorge, Rafael Losano e Ruy de Fonsceca buscam o pódio. João Victor Oliva é o nome do adestramento.

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postado em 04/07/2024 06:00
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