Duas das grandes figuras do planeta bola no século 21, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo vivem um marco conjunto de expressão nos respectivos cenários continentais, durante as disputas da Copa América e da Euro. Pela primeira vez, em edições das competições que aconteceram ao mesmo tempo, falharam em estufar as redes na fase de grupos.
A ausência do capitão da Argentina do último confronto da primeira etapa do torneio americano, contra o Peru, findou as chances de Messi em marcar o primeiro tento na defesa do título albiceleste. Com um desconforto no adutor da coxa direita, o camisa 10 foi poupado por Lionel Scaloni. Contra Canadá e Chile, demais adversários do Grupo A do torneio que começou no último dia 20, o craque já não havia anotado gols.
Esta será apenas a segunda vez em que a Argentina finaliza os três primeiros jogos de uma Copa América sem pelo menos um gol de “La Pulga”. A outra aconteceu em 2011. Naquela ocasião, registrou três assistências, mas nenhuma bola na meta.
Na estreia, em 2007, marcou diante de Peru e México na campanha do vice-campeonato diante do Brasil. Em 2015, na participação que culminou em outro vice, dessa vez para o Chile, fez de vítima o Paraguai.
No ano seguinte, na edição de 100 anos do torneio que também terminou com a medalha de prata em novo revés diante dos chilenos, marcou três vezes contra o Panamá, na chave D. Três anos mais tarde, vitimou mais uma vez os paraguaios, pelo Grupo B. Na trajetória do título em 2021, fez dois contra a Bolívia, e outro sobre o Chile.
Do outro lado do Oceano Atlântico, Cristiano Ronaldo vive situação semelhante. Ao contrário do colega de posição, passou em branco na primeira fase de uma Euro pela primeira vez na carreira.
Na recordista sexta aparição na competição, começada na Alemanha no último dia 14, o gajo falhou em marcar gols contra Turquia, República Tcheca e Geórgia. A situação nunca havia acontecido. Em todas as outras cinco edições, Cristiano havia marcado pelo menos uma vez.
Em 2004, marcou uma vez diante da Grécia, pelo Grupo A. Quatro anos mais tarde, fez de vítima a República Tcheca, outra vez na chave A. Membro do B em 2012, foi o autor de dois diante da Holanda. A campanha do título inédito em 2016 teve a assinatura do craque duas vezes contra a Hungria, na última rodada do F.
Na edição Euro-2020, disputada em 2021 em razão da pandemia de covid-19, registrou cinco. Dois contra a Hungria, um diante da Alemanha e mais dois contra a França, antes de cair nas oitavas de final para a Bélgica.
O cenário representa a queda de rendimento de jogadores que são ídolos para Portugal e Argentina. Circunstância normal para atletas de 39 e 37 anos, respectivamente. Entretanto, o dado não deixa de ser algo marcante, haja vista que se tratam de dois dos jogadores mais vencedores da história do futebol mundial. Juntos, foram os rostos da geração. Ainda haverá, no entanto, as fases eliminatórias para findarem a seca de gols.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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