Após conseguir reduzir as dívidas trabalhista e cível, o Botafogo está em negociações com o governo em relação às dívidas tributárias. A expectativa da diretoria da alvinegra é que o acordo seja finalizado até o fim do ano, totalizando assim numa redução do passivo total de R$ 1,1 bilhão para R$ 600 milhões, explicou o CEO Thairo Arruda no podcast da “Botafogo TV” nesta segunda-feira (10/6).
“Quando começamos na SAF, o passivo histórico do Botafogo era de R$ 1,1 bilhão e tínhamos R$ 120 milhões em receitas. Era uma relação quase de um para dez. Em qualquer setor, isso é falência de longe. No ano passado, conseguimos fechar com R$ 530 milhões de receita. O primeiro passivo que focamos é o trabalhista, que é onde sofremos mais, com penhoras, decisões judiciais às vezes esdrúxulas… Sofremos penhoras no começo da SAF, mesmo com a lei nova. Quando assumimos, eram R$ 250 milhões de dívidas trabalhistas. Reestruturamos o RCE e hoje temos R$ 150 milhões, está bem equalizado, pagando direitinho”.
Dívidas trabalhistas
Na sequência da conversa, o CEO disse que a SAF focou nas dívidas trabalhistas. De acordo com Thairo, este é o ponto onde o Botafogo mais sofre.
“Nós temos três categorias de passivo: trabalhista, cível e tributário, basicamente. O primeiro que focamos foi o trabalhista, porque é justamente aí que sofremos mais. Há penhoras, decisões judiciais, às vezes até esdrúxulas… Sofremos penhoras no começo da SAF, na maioria das vezes vindo da Justiça do Trabalho. Então, falamos: ‘vamos equalizar primeiro a trabalhista para ter um pouquinho mais de estabilidade’. A gente assumiu o clube com R$ 250 milhões de dívida trabalhista. Reestruturamos o RCE (Regime Centralizado de Execuções) de forma que hoje temos R$ 150 milhões. Está bem equalizado, pagamos direitinho e os credores estão muito felizes”, pontuou.
Dívida Cível
Em seguida, Thairo falou sobre a dívida cível, que o clube liquidou cerca de R$ 130 milhões. O pagamento foi realizado aos credores que aderiram à opção de curto prazo, com pagamento à vista do Plano de Recuperação Extrajudicial.
“O próximo passo foi a dívida cível. Eram R$ 440 milhões, estamos há quase um ano de negociação com os credores, que culminou na Recuperação Extrajudicial, que está em vias de homologação. Tínhamos duas propostas que fizemos: os que queriam receber rápido, à vista, tinham que dar 90% de desconto; se pode receber no longo prazo, são 15 anos de pagamento com 40% de desconto”, disse Thairo.
Redução até o fim do ano
Por fim, Thairo explicou o cenário na dívida trabalhista. Ao finalizar a explicação, mostrou o quanto o Botafogo espera reduzir do passivo até o fim do ano. Caso o cenário se cumpra, o Alvinegro sairia de R$ 1,1 bilhão para R$ 600 milhões.
“Então, subimos a receita de R$ 120 milhões para R$ 530 milhões ao mesmo tempo em que vamos reduzir o passivo de R$ 1,1 bilhão para R$ 600 milhões. A relação que era de dez para um vai ser um para um, ainda é alta, mas muito sustentável, ainda mais com um plano de pagamento de longo prazo. Aí sim podemos dizer que o Botafogo está recuperado e pronto para ser sustentavelmente competitivo”, frisou o CEO alvinegro.
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