A nova era está chegando. A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) anunciou nesta quinta-feira (6/6) o regulamento técnico atualizado da Fórmula 1 para a temporada de 2026, focado em carros menores, mais leves e ágeis, novidades aerodinâmicas, combustíveis 100% sustentáveis, maior segurança e controle manual para os pilotos. O Conselho Mundial de Automobilismo da FIA (WMSC) fará a ratificação oficial em 28 de junho. Os motores também serão diferentes daqui dois anos.
O principal foco do regulamento, além de agitar a categoria, é promover corridas com maior chance de ultrapassagens e de disputas em pista. Até por isso, o principal objetivo de tornar os carros mais ágeis fez os monopostos serem 30 quilos mais leves do que os da atual geração, além de reduzir 20 centímetros no comprimento e 10 cm na largura. O downforce (pressão aerodinâmica), força que prende o carro ao chão, terá uma redução de 30%, e o arrasto, gravidade que atrasa a velocidade, cairá em 55%.
As ultrapassagens, no entanto, terão ferramentas diferentes. O sistema de redução de arrasto (DRS), com abertura das asas traseiras para maior velocidade, será substituído por um dispositivo manual de potência extra ao motor. O novo modelo segue com o preceito do antecessor, permitindo o acionamento por parte do piloto apenas quando estiver a menos de 1s atrás do rival, mas funcionará de forma mais complexa.
Na prática, o carro da frente teria a distribuição de energia reduzida após passar dos 290 km/h de velocidade, chegando a 0% de impulso elétrico quando atingir 355 km/h. Já quem vem atrás poderá usar os 350 kW de potência até alcançar os 337 km/h e aproveitar para se aproximar do adversário.
Outra novidade que segue na linha de dar mais autonomia à quem está atrás do volante será as configurações das asas. As dianteiras terão duas abas estreitas, enquanto as traseiras serão compostas por três elementos, mas mais simplificada. O piloto poderá alterar o ângulo delas e acionar dois modos: o X, para maior velocidade de reta e economia de combustível, e o Z, para mais rapidez nas curvas.
Ainda no assunto de aerodinâmica, o efeito solo, no qual a pressão é gerada pelo assoalho, será reduzido. A parte de baixo dos veículos passará a ser parcialmente plana e com um difusor de ar menos potente.
Dando continuidade na era dos híbridos, com motores metade elétricos e metade de combustão, as unidades de energia terão baterias com quase 300% mais potência, saltando de 120 kW para 350 kW. Já o combustível aceito deverá ser 100% sustentável, dando adeus ao uso de materiais fósseis e seguindo no caminho de maior sustentabilidade dentro da Fórmula 1. O MGU-H, sistema de recuperação de energia térmica, será removido. O objetivo é tornar a categoria livre de carbono em 2030.
Motores
Com o novo regulamento técnico, a F1 terá um número recorde de fornecedores de unidades de potência a partir de 2026. Ferrari, Mercedes, Alpine e Honda estão presentes entre os carros do grid atual, mas a Ford entra como nova parceira da atual campeã Red Bull e a Audi, que assumiu as ações da Sauber, vai batizar o nome da equipe suíça e estrear na categoria com motores próprios.
Segurança
Tema cada vez mais constante no automobilismo, a segurança não ficou de fora das novidades. A estrutura dos carros e da célula de sobrevivência (onde fica o piloto) foram reforçadas, especialmente no bico para reduzir a chance de quebra em acidentes, assim como a caixa onde fica o motor e o santantônio (peça acima da cabeça do piloto).
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima