BRASILEIRÃO

Os desafios da normalidade: times gaúchos tentam retomar calendário de jogos

Na primeira divisão, Internacional, Grêmio e Juventude voltam à rotina hoje

A tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul causou prejuízos ainda sentidos nos mais diversos setores da sociedade gaúcha. Diante da dimensão dos estragos e em meio ao luto das perdas, o estado ainda procura o caminho para se reerguer da situação de calamidade. No futebol, o tempo para processar tudo isso foi menor. Depois de quase um mês de jogos nacionais adiados, os clubes da região voltam à "normalidade" neste fim de semana. A Série A do Campeonato Brasileiro, por exemplo, terá rodada após 15 dias. No entanto, a retomada das equipes terá a carga do legado de impactos além do âmbito esportivo.

Na primeira divisão, Internacional, Grêmio e Juventude voltam à rotina hoje. Às 18h30, o Colorado viaja para enfrentar o Cuiabá. `Às 16h, o Grêmio usa uma casa alternativa para duelar com Bragantino na condição de mandante. Às 18h30, o Juventude joga fora de casa contra o Fluminense. Representantes do futebol gaúcho nas Séries C e D do Brasileirão, Ypiranga, Caxias, São José, Novo Hamburgo, Avenida e Brasil de Pelotas também terão a agenda de compromissos nacionais reativada ao longo do fim de semana. Na lembrança, os clubes carregam os percalços das últimas semanas, quando o futebol passou longe de ser prioridade.

As equipes de Porto Alegre vão sentir os efeitos da tragédia por muito tempo. Inter e Grêmio precisaram sair da capital gaúcha e não sabem quando vão jogar de novo ao lado da torcida. O Beira-Rio e a Arena ficaram em condições precárias após as enchentes. Nem os treinamentos estão sendo na cidade. O Colorado e o tricolor se refugiaram em São Paulo e vão virar times itinerantes nas próximas rodadas do Brasileirão. Curitiba e Criciúma têm jogos marcados dos dois clubes. Brasília, Rio de Janeiro e Fortaleza são outros destinos estudados diante da necessidade de seguir o calendário sem poder jogar no Rio Grande do Sul.

Também da capital gaúcha, o São José terá, pelo menos, o direito de jogar em casa na Série C. O Estádio Francisco Novelleto Neto não teve perdas consideráveis na enchente. No entanto, sem aeroporto, sofrerá quando precisar sair de Porto Alegre. O mais próximo é em Caxias do Sul, terra do Juventude. Embora atingido nas questões técnicas e logísticas provocadas pela paralisação, o Jaconero vai conseguir retomar a vida na cidade-sede. Os clubes de Erechim (Ypiranga), Novo Hamburgo (Novo Hamburgo EC), Caxias do Sul (Caxias), Pelotas (Brasil) e Santa Cruz do Sul (Avenida) também voltam ao calendário nacional da terceira e da quarta divisões com condições de, ao menos, atuarem nas próprias regiões (veja cada situação no quadro ao lado).

As marcas da tragédia ambiental ainda acompanham os clubes gaúchos e, mesmo com a necessidade de cumprir o calendário das competições nacionais, todos eles sentirão os impactos da volta após a paralisação. Ainda com a cabeça ligada à tragédia, jogadores e membros das comissões técnica terão de se preocupar em recuperar o prejuízo na esfera esportiva. Uma missão complexa e repleta de desafios de uma retomada muito além do campo e bola.

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