Tarja das olimpiadas
Paris-2024

Équipe Brasília: Felipe Gustavo sonha em quebrar o gelo do Brasil no skate

Cria do Guará e um dos 12 skatistas do Time Brasil em Paris-2024, atleta de 33 anos é um dos candidatos a buscar na França o primeiro ouro olímpico do país na modalidade.

Felipe Gustavo estará em Paris-2024 para disputar a categoria Skate Street. As batalhas por medalhas na modalidade devem ser entre 27 e 28 de julho -  (crédito: Alex Sved/Red Bull Content Pool)
Felipe Gustavo estará em Paris-2024 para disputar a categoria Skate Street. As batalhas por medalhas na modalidade devem ser entre 27 e 28 de julho - (crédito: Alex Sved/Red Bull Content Pool)

Menos de quatro anos depois de conquistar três das 12 medalhas distribuídas pelo skate nos Jogos de Tóquio-2020, com as pratas de Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros, o Brasil arrisca nova manobra ousada. Em Paris-2024, o país terá a delegação completa com uma dúzia de competidores, divididos entre as categorias street e park. O objetivo é conquistar o inédito ouro em uma modalidade que se torna cada vez mais a nossa especialidade. E uma das esperanças é cria do Guará. Protagonista do terceiro capítulo da Équipe Brasília, série do Correio sobre os brasilienses na Olimpíada da França, Felipe Gustavo é o candidato a quebrar o gelo pelo primeiro título olímpico.

Felipe Gustavo é o mais experiente entre os 12 skatistas do Brasil em Paris-2024. Nasceu em 22 de fevereiro de 1991. Ou seja, tem 33 anos, 17 a mais do que as caçulas do grupo Rayssa Leal, a Fadinha, e Raicca Ventura. Embora seja um dos principais personagens do mundo na modalidade radical, o sonho esportivo da infância dele era outro. Apaixonado por futebol, foi influenciado pelos irmãos mais velhos a trocar os chutes e dribles pelas manobras. A jogada ensaiada deu certo. Felipe Gustavo não demorou para aprender os fundamentos e se tornar atração no Setor Bancário Sul, tradicional ponto de encontro entre os amantes da prática na capital.

Com o apoio do Bolsa Atleta no início da carreira e do "paitrocínio", comprometeu-se a viver do esporte. Emplacou títulos nacionais e entrou em evidência. Mudou-se para os Estados Unidos em 2007 e só retornou à cidade somente para visitas aos parentes e rolê na Asa Sul. A situação encontrada por ele atualmente é diferente em alguns pontos de quando partiu em busca do sonho. A popularidade da prancha com rodinhas aumentou, mas a atenção às pistas em algumas regiões, por exemplo, não. "O que me deixa mais indignado em Brasília é que não tem uma pista de skate street. Sempre apelei para o governo fazer um circuito na cidade, mas nunca consegui. Não é possível que, com as Olimpíadas (de Tóquio-2020), não vamos ganhar uma pista", protestou ao Correio, em 2018.

Embora não tenha conquistado medalha da estreia do skate nos Jogos de Tóquio-2020, Felipe Gustavo se orgulha de outro feito. Em 24 de julho de 2021, tornou-se o primeiro a competir na versão olímpica da modalidade. Foi dele a volta de inauguração da disputa, com nota 8,49, aplaudida pelos presentes na arena. O brasiliense chega mais maduro a Paris-2024.

Durante a busca pela classificação à segunda Olimpíada, faturou o título de uma das oito etapas do Circuito Mundial de Skate Street (SLS, na sigla em inglês), em Sydney, na Austrália, ao bater os americanos Dashawn Jordan e Nyjah Houstoun, em outubro do ano passado. "Sonhei com este momento todos os dias da minha vida e finalmente aconteceu, no tempo de Deus. Muito obrigado. Obrigado a todos aqueles que me ajudaram, à minha família, à minha namorada e a todos na minha cidade. A gente conseguiu", celebrou.

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postado em 30/06/2024 06:00 / atualizado em 30/06/2024 06:00
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