PARIS-2024

A menos de um mês de Paris-2024, relembre os brasilienses medalhistas olímpicos

Na contagem regressiva para a abertura da Olimpíada na França, Correio lista os heróis das 13 conquistas do DF no megaevento. Talentos locais subiram ao pódio em nove das últimas 10 edições

Os medalhistas olímpicos do DF, da esquerda para a direita: Tandara, Joaquim Cruz, Grazi Nascimento, Bruno Schmidt, Ricarda, Leila, Reinier, Felipe Anderson, Ketleyn Quadros e Paula Pequeno -  (crédito: pacifico)
Os medalhistas olímpicos do DF, da esquerda para a direita: Tandara, Joaquim Cruz, Grazi Nascimento, Bruno Schmidt, Ricarda, Leila, Reinier, Felipe Anderson, Ketleyn Quadros e Paula Pequeno - (crédito: pacifico)

O fato de respirar o poder e viver intensamente as articulações dos bastidores políticos costumam vender a impressão de não haver esporte em Brasília. Grande equívoco. O Distrito Federal está há 40 anos no mapa das 26 unidades da Federação que brindaram o Brasil com pelo menos um medalhista em Olimpíadas. A linha de produção de pódios do quadradinho está ativa desde Los Angeles-1984 e tem 13 carimbos do selo de qualidade do megaevento. A fábrica de conquistas não quer parar por aí. Daqui a menos de um mês, quando será aberta a disputa de Paris-2024, buscará atualizar os números. Enquanto a hora não chega, o Correio relembra os 10 protagonistas da cidade na maior competição do mundo e oferece inspiração às pratas da casa da vez na França.

A presença brasiliense no evento mais nobre do calendário esportivo costuma ser respeitada. A delegação subiu pelo menos uma vez ao pódio em nove das últimas 10 edições. A exceção foram os Jogos de Barcelona-1992. De lá para cá, lançou uma coletânea de sucessos em Atlanta-1996, Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. O repertório é vasto, das pistas às quadras, dos gramados aos tatames, passando pela areia.

O responsável por colocar Brasília no mapa olímpico é Joaquim Cruz. Filho de uma piauiense que resolveu se mudar para a recém-inaugurada e nova capital, foi forjado em Taguatinga, participou de três Olimpíadas. A mais especial delas, Los Angeles-1984, onde conquistou o ouro, o primeiro dele e do Brasil em provas de pista em Olimpíadas. Também faturou a prata em Seul-1988 e se aposentou em 1997. Hoje, aos 61 anos, Joaquim Cruz faz escola como treinador dos Estados Unidos. Foi a mente do atletismo estadunidense olímpico e paralímpico em Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020.

Embora Joaquim Cruz tenha colocado o Distrito Federal e o Brasil em dois pódios, a maior contribuição vem do vôlei: seis conquistas com quatro atletas. A pioneira foi Leila Barros, bronze em Atlanta-1996 com a geração de Ana Moser, Virna, Fofão e companhia, na disputa marcada pelo protagonismo feminino com as primeiras medalhas. A cria de Taguatinga repetiu a dose em Sydney-2000, ao lado da conterrânea Ricarda Lima. Hoje, Leila é senadora da República e tem a ex-companheira como chefe de gabinete.

"Sou privilegiada por tudo que o esporte me proporcionou. Costumo dizer que, embora possamos sair do esporte, ele nunca sai de nós. Tudo o que sou — mulher, cidadã, parlamentar — e os valores que carrego, devo muito ao esporte. Meu sentimento ao ser lembrada como a Leila do Vôlei e ao poder compartilhar com os brasileiros a emoção das medalhas que conquistamos é de pura gratidão", compartilha Leila ao Correio.

Ricarda endossa o discurso da amiga desde os tempos de quadra. "Foi uma realização única, superada apenas pelo nascimento do meu filho. Ali, foi o resultado de muitos anos de trabalho duro, treino, superação de cada cirurgia que precisei fazer no meu ombro para continuar atacando e tendo o desempenho de uma atleta olímpica. Foram três cirurgias e, a cada nova operação, um novo recomeço. Tenho lembranças maravilhosas da equipe e de todos os nossos momentos. Bernardinho sempre foi um mestre, assim como toda a comissão técnica."

Leila e Ricarda foram inspirações para a geração seguinte. Em Pequim-2008, Paula Pequeno voltou a dar um ouro ao Distrito Federal após a vitória da Seleção por 3 sets a 1 sobre os Estados Unidos. Quatro anos depois, em Londres, protagonizou dobradinha com Tandara. "Estar em um time tão restrito, com 12 vagas, é um privilégio e uma bênção de Deus. Tive essa oportunidade, não somente uma vez, mas duas, graças a muito trabalho individual e por equipe, com entrega, dedicação, resiliência e superação. Ao relembrar, é difícil descrever, mas é algo que se eu fechar os olhos me emociono até hoje", comenta Paula Pequeno.

Nas areias, a medalha pertence a Bruno Schmidt, campeão no Rio-2016 na parceria com o capixaba Alison Cerutti. Em Tóquio-2020, foi eliminado nas oitavas de final com o carioca Evandro. Aposentou-se no início de 2023 para se dedicar à advocacia. Nos tatames, o orgulho brasiliense pelo bronze de Ketleyn Quadros em Pequim-2008, o primeiro pódio individual feminino da história olímpica brasileira.

Principal modalidade do país, o futebol ofereceu três conquistas olímpicas. Ex-volante, Grazielle Nascimento foi prata em Atenas-2004 ao lado de Marta e Cristiane. Ela pendurou as chuteiras no ano passado. Na disputa no Rio-2016, o agora palmeirense Felipe Anderson, de Santa Maria, fez parte do grupo que quebrou a escrita verde-amarela de jamais ter alcançado o ouro. O caminho aberto possibilitou o repeteco da Amarelinha no Japão, mesmo palco do penta da Copa do Mundo, com a participação de Reinier, boleiro lapidado pelo Flamengo e criado no Guará.

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postado em 26/06/2024 06:00 / atualizado em 08/07/2024 23:02
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