O grupo C da Copa América 2024 é daqueles com diferença enorme entre as forças, alternando entre favorito, possível surpresa e patinhos feios. De forma distinta a de outros torneios, nos quais o anfitrião costuma ser o cabeça da primeira chave, os Estados Unidos estão apenas na terceira e terão a companhia do maior campeão da competição, o Uruguai, além dos modestos Panamá e Bolívia. A divisão é de onde sairá o possível adversário do Brasil nas quartas de final.
Apesar de jogar com a torcida à favor, os donos da casa assumem um papel de segunda força atrás dos uruguaios. A Celeste desembarca no torneio com pompa de quem vai brigar pelo título, e um bom teste será o confronto contra os estadunidenses na terceira rodada, com cara de que pode definir quem passa em primeiro e segundo.
Ainda assim, não dá para desconsiderar a possibilidade de zebra com Panamá e Bolívia brigando por uma vaga no mata-mata. Os panamenhos não possuem tradição na Copa América, participando pela segunda vez, e os bolivianos não vencem há mais de 60 anos.
A seguir, veja mais detalhes sobre os componentes do grupo C da Copa América.
Estados Unidos - Fazer o futebol virar soccer
Os Estados Unidos são o centro do mundo bola no momento, por sediar a Copa América, o Super Mundial e a Copa do Mundo no futuro próximo. Para coroar, a terra do Tio Sam confia em uma geração de ouro que ainda precisa mostrar serviço para justificar as expectativas. Liderada por Christian Pulisic, o “Capitão América”, a equipe aposta no jogo vertical e atacando os espaços em velocidade, principalmente com o ponta do Milan e Tim Weah, filho do ex-melhor do mundo George Weah. Participando do torneio pela quarta vez, no qual foi quarto colocado em 2016, o time chega instável: nos últimos três jogos, conquistou o título da Liga das Nações da Concacaf, sofreu uma goleada contra a Colômbia e empatou com o Brasil.
Esquema tático: 4-3-3
Técnico: Gregg Berhalter (EUA)
Melhor campanha: Semifinal (2x) - 1995 e 2016
Palpite do CB: Pode fazer barulho
Escalação: Turner; Scally, Richards, Ream e Robinson; Musah, McKennie e Reyna; Weah, Balogun e Pulisic
O cara: Christian Pulisic
Uruguai - O céu celeste outra vez
Maior campeão e país que mais disputou a Copa América, o Uruguai quer voltar a conquistar o continente após 13 anos. Em um período de entressafra, sem Cavani e apesar da convocação surpresa de Luis Suárez para o torneio, a celeste demorou para engrenar sob o comando de Marcelo Bielsa, mas as vitórias contra Brasil e Argentina nas eliminatórias elevaram a moral da seleção. Com três jogadores do futebol brasileiro entre os titulares, a equipe tem jovens pilares em cada faixa do campo. Ronald Araújo é o principal nome da defesa, atuando na zaga ou na direita. Fede Valverde é o motor e dono do meio campo, e Darwin Núñez é o homem-gol na frente.
Esquema tático: 4-3-3
Técnico: Marcelo Bielsa (ARG)
Melhor campanha: Campeão (15x) - 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995 e 2011
Palpite do CB: Vai brigar!
Escalação: Rochet; Ronald Araujo, Cáceres, Giménez e Viña; Valverde, Ugarte e De La Cruz; Pellistri, Núñez e M. Araújo
O cara: Fede Valverde
Panamá - Cruyff dita o ritmo
De volta à Copa América após estrear na competição em 2016, o Panamá traz influências do velho continente para a segunda campanha no torneio. Nascido na Dinamarca e naturalizado espanhol, o técnico Thomas Christiansen implementa os aprendizados que teve nos tempos de jogador, quando fez parte do Barcelona B treinado por Johan Cruyff. Inspirado no holandês, o 3-4-3 com foco na posse de bola colheu frutos com o vice da Copa Ouro e dois quartos lugares na Liga das Nações, mas o sistema ainda não passou no teste contra seleções de melhor nível. Com apenas um jogador nas principais ligas do futebol europeu, falta talento ao plantel. A esperança é Adalberto Carrasquilla, destaque do Dynamo na MLS.
Esquema tático: 3-4-3
Técnico: Thomas Christiansen (ESP)
Melhor campanha: Fase de grupos (1x - 2016
Palpite do CB: Vai a passeio
Escalação: Mosquera; Davis, Córdoba e Miller; Murillo, Godoy, Carrasquilla e Bárcenas; Rodríguez, Fajardo e Díaz
O cara: Adalberto Carrasquilla
Bolívia - Com sotaque brasileiro
A Bolívia terá problemas sem jogar com a altitude à favor. Exemplo disso é que a última vitória do país em jogos oficiais sem estar muito acima do nível do mar foi na Copa América de 2015, no Chile. Na ocasião, o responsável pelo triunfo e autor de um dos gols foi Marcelo Moreno. No entanto, o maior artilheiro do país se aposentou no começo do ano e se tornou outra questão a ser resolvida na seleção. Com um plantel composto majoritariamente por jogadores que atuam no futebol local, o desafio está nas mãos do brasileiro Antônio Carlos Zago, campeão como jogador em 1999.
Esquema tático: 4-4-1-1
Técnico: Antônio Carlos Zago (BRA)
Melhor campanha: Campeão (1x) - 1963
Palpite do CB: Vai a passeio
Escalação: Viscarra; Medina, Haquin, José Sagredo e Fernández; Cuellar, Justiniano, Saucedo e Villamíl; Vaca; Algarañaz
O cara: Vaca
Agenda de jogos
Primeira rodada
Estados Unidos x Bolívia - domingo (23/6), às 19h
Uruguai x Panamá - domingo (23/6), às 22h
Segunda rodada
Panamá x Estados Unidos - quinta-feira (27/6), às 19h
Uruguai x Bolívia - quinta-feira (27/6), às 22h
Terceira rodada
Bolívia x Panamá - segunda-feira (1/7), às 22h
Estados Unidos x Uruguai - segunda-feira (1/7), às 22h
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