Futebol

Suposto envolvido em esquema de apostas no futebol candango é convocado

CPI da Manipulação no Senado aprova convocação de William Pereira Rogatto, suposto pivô em escândalo que envolveu atletas na campanha de rebaixamento do Santa Maria no Candangão 2024

Um dos atletas investigados na Operação Fim de Jogo, o lateral Nathan tenta cortar tentativa de ataque do Ceilândia: partida está na mira do MPDFT, assim como confronto da Águia diante do Gama -  (crédito: Alan Rones/Ceilândia)
Um dos atletas investigados na Operação Fim de Jogo, o lateral Nathan tenta cortar tentativa de ataque do Ceilândia: partida está na mira do MPDFT, assim como confronto da Águia diante do Gama - (crédito: Alan Rones/Ceilândia)

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado aprovou a convocação de William Pereira Rogatto, suposto mandante de um esquema de manipulação de resultados envolvendo o Santa Maria, equipe que integrou o Candangão 2024. 

Além de dar luz verde ao chamado do meio-campista brasileiro do West Ham Lucas Paquetá, a CPI ainda autorizou a quebra dos sigilos fiscal, telefônico, telemático e bancário de William. De acordo com as acusações, seria ele o responsável por aliciar os atletas da equipe candanga durante a última edição do campeonato de futebol local. 

Além disso, de acordo com a investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), dois atletas da equipe em questão teriam agido de forma deliberada para manipular resultados no Candangão. Neste cenário, Rogatto seria uma espécie de investidor oculto dos jogadores. Seriam eles o lateral direito Nathan Henrique Gama da Silva, e o zagueiro Alexandre Batista Damasceno. 

Em março passado, o MPDFT deu início à Operação Fim de Jogo. Ela foi responsável por cumprir mandados de busca e apreensão contra os atletas. Além disso, foram apreendidos os aparelhos celulares de ambos, além da expedição de uma ordem de prisão contra Rogatto. Esta última ação, porém, não foi cumprida, em decorrência do suposto mandante residir na Europa. 

De acordo com o processo, o zagueiro e o lateral teriam provocado pênaltis, marcado gols contra e facilitado as ações ofensivas de adversários para que eles pudessem marcar gols à favor, ou seja, contra o Santa Maria. Ademais, o processo ainda descreve como ambos tiveram papel crucial para garantir que a equipe fosse goleada, em diferentes ocasiões. 

"A tentativa da CPI é conquistar o que ninguém conquistou. Ou seja, ouvi-lo (Rogatto). Então fizemos a nossa obrigação e não mediremos esforços para trazê-lo à CPI. Nós temos que entrar a fundo não só no futebol do Rio e de São Paulo, nas Séries A, B e C, onde quer que tenha acontecido esse tipo de crime com rigor, e assim agiremos", disse o senador e presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO), ao ge.globo. 

Relembre o caso

No último mês de abril, os membros da CPI aprovaram o convite à presidente do Santa Maria Dayana Nunes, e o ex-presidente Erivaldo Alves. No momento em que a operação entrou em curso, o próprio clube emitiu um comunicado oficial. Assinado por Erivaldo, o comunicado afirmava que qualquer ataque ao clube era "desproporcional e desrazoável". Apesar disso, se diz vítima do caso e se colocou à disposição para colaborar nas investigações. 

Na última edição do Candangão, o Santa Maria acabou rebaixado de forma antecipada. Durante a campanha, a Águia Grená sofreu quatro goleadas e passou sete jogos sem marcar. As derrotas foram umr 6 x 0, contra o Ceilândia; e um 5 x 0, diante do Gama. 

A SportsRadar, empresa de monitoramento contratada pela CBF para vigiar fluxos de apostas, detectou volume exacerbado nestas partidas. Por consequência, o MP, provocado pela Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), reuniu provas de conhecimento antecipado de apostadores sob o largos placares.

William Pereira Rogatto, além de ter suposta relação com a gestão do Santa Maria, teria ajudado a montar o elenco para a disputa do Candangão. Se confirmado o envolvimento com as manipulações, os jogadores poderão responder pelos crimes de corrupção passiva esportiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 

 

*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima

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postado em 19/06/2024 15:17 / atualizado em 19/06/2024 16:12
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