FUTEBOL

Inglaterra fará primeiro jogo de Euro sem a bênção da Rainha Elizabeth

Seleção inglesa estreia neste domingo (16/6), às 16h, contra a Sérvia na primeira disputa continental sem a monarca apaixonada pelo futebol. Artilheiro e "dono da casa", Harry Kane é uma das armas na caça ao título inédito

Autor de 44 gols na temporada, Harry Kane é candidato à Chuteira de Ouro para o artilheiro da Europa -  (crédito: Adrian Dennis/AFP)
Autor de 44 gols na temporada, Harry Kane é candidato à Chuteira de Ouro para o artilheiro da Europa - (crédito: Adrian Dennis/AFP)

A Inglaterra vive tempos estranhos. Antes de estrear na Eurocopa-2024 contra a Sérvia, neste domingo (16/6), às 16h, na Arena do Schalke 04, cantará pela primeira vez, desde a inauguração do torneio, em 1960, o hino God Save the King (Deus salve o Rei), e não de Queen, em referência à Rainha Elizabeth II (1926 - 2022).

A história da seleção dos inventores do futebol moderno está diretamente ligada à Elizabeth II. A monarca, morta em 8 de setembro de 2022, era apaixonada por futebol. Especula-se que o time da Rainha era o West Ham. Outros apostam que o coração dela batia mais forte por outro londrino, o Arsenal. Verdadeiro mesmo era o carinho dela pelos Three Lions.

Ela acompanhou atentamente os passos da equipe nacional durante os 96 anos de vida. O ápice do envolvimento da ex-chefe de Estado britânica foi em 1966, quando a Inglaterra não apenas sediou a oitava edição Copa do Mundo como conquistou o título. O primeiro troféu do torneio mais relevante do planeta bola foi entregue por ela ao meio-campista e campeão daquela equipe, Sir Bobby Charlton (1937 - 2023).

Elizabeth teve a chance ser pé-quente 30 anos depois. Em 1996, a Inglaterra recebeu a Eurocopa e fez valer o fator casa até a semifinal. No pedágio para a final, os anfitriões empataram por 1 x 1 com a Alemanha e caíram nos pênaltis, por 6 x 5. Aquela foi a segunda melhor campanha do país no torneio. A principal foi o vice para a Itália na edição de 2020, disputada em 2021 devido à pandemia, novamente em casa, no Wembley, em Londres.

O técnico Gareth Southgate esteve nas duas campanhas. Em 1996, formava a zaga com Adams e Pearce no 3-5-2 de Terry Venables. Vinte e cinco anos depois, foi o dono da prancheta no quase contra os italianos. O sucesso inglês na Alemanha definirá o futuro de Southgate. Conquistar o título inédito pode dar fôlego para ex-defensor dar sequência ao trabalho tocado desde 2016. Outro resultado possivelmente decretará o fim do ciclo. "Se não vencermos, provavelmente não estarei mais aqui. Esta pode ser minha última chance. Acho que mais ou menos metade dos treinadores nacionais saem depois de um torneio. Estou aqui há quase oito anos e já estivemos próximos", relatou Southgate, ao jornal alemão Bild.

Para não ficar no quase novamente, Southgate aposta em uma geração talentosa e mais madura. Três dos cinco jogadores mais valiosos da Euro-2024 estão à disposição dele: o meia Jude Bellingham e os atacantes Phil Foden e Bukayo Saka. Eles ficam atrás somente do astro francês Kylian Mbappé.

Não tão valorizado, mas com poder decisão, o centroavante Harry Kane deve ser o capitão. O camisa 9 de 30 anos tem motivos para brindar a nação inglesa com o título. Primeiro, jamais faturou um caneco como profissional, joga em casa e vive bom momento individual. Referência do Bayern de Munique, marcou 44 gols e deu 12 assistências em 45 partidas na temporada.

"Amo jogar pela Inglaterra. Vencer um grande torneio seria um dos ápices da carreira de qualquer pessoa. Esse é o objetivo. Para mim, os troféus ainda não aconteceram, mas isso me deixa mais determinado a fazer isso", discursou na coletiva de sábado (15/6). 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 16/06/2024 06:00
x