Sul-Americana-2024

Com as enchentes no RS, futebol deixa de ser prioridade para clubes gaúchos

Caíque, goleiro do Grêmio, ajuda no resgate de moradores de Porto Alegre, que ficaram ilhados pela enchente

O futebol deixou de ser prioritário para os clubes gaúchos durante o período das enchentes que assolam o estado. Inclusive, a CBF adiou seus compromissos no torneio até o dia 27 de maio. Assim, o foco passa a ser contribuir com ajuda para as vítimas, muitas funcionárias e torcedores.

O Juventude seria o único time gaúcho da Primeira Divisão que possui condições de realizar atividades. Contudo, o presidente Fábio Pizzamiglo foi contundente ao afirmar que não é o momento ideal para se fazer uma pressão a volta dos jogos. E demonstrou solidariedade aos seus conterrâneos da capital.

Afinal, os elencos do Colorado e do Imortal não tem a possibilidade de treinar, pois os centros de treinamento Parque do Gigante e Luiz Carvalho foram inundados. Por sinal, seus estádios passam pela mesma situação, a Arena do Grêmio e o Beira-Rio. Uma alternativa para o Inter seria utilizar as estruturas das suas categorias de base. Contudo, o Tricolor Gaúcho não teria o mesmo privilégio.

Jogadores demonstram solidariedade

A dupla Gre-Nal está sem treinar desde a última semana. A propósito, alguns jogadores do Grêmio deixara, suas casas na região de Eldorado. Por outro lado, atletas do Internacional relataram à diretoria que estão seguros em suas residências. Vale ressaltar que os integrantes dos elencos de ambas as equipes participam de resgates em áreas alagadas. Assim como na contribuição de doações e distribuições de comida.

Enquanto não há previsão de retorno aos treinamentos, eles realizam as atividades de forma remota com monitoramento das comissões técnicas. Inicialmente, o Colorado colocou como prazo para retorno aos treinos a última quinta-feira (02). Porém, já prolongou a volta para a próxima segunda. Já o Imortal anunciou a suspensão no último sábado, quando decidiu treinar na PUCRS, e sequer divulgou uma possível data de retomada.

Bom senso

O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, classificou o momento no Rio Grande do Sul como uma resistência.

“A única coisa que pensamos é sobreviver, ajudar o próximo, ter água. Coisas básicas. Não tem como pensar em futebol, em treinar. Sei que foi com carinho, vários clubes ofereceram, mas não é o momento. Agora é salvar o próximo. É o que gostaríamos de passar em rede nacional. Ainda que não passe 10% do que está acontecendo aqui. E não é crítica, é difícil entender, mas para mostrar que não tem como pensar em futebol”, detalhou o mandatário.

Pelo lado do Internacional, o presidente Alessandro Barcellos foi o responsável por buscar contato com a Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Principalmente para conseguir apoio e tentar convencer a CBF da falta de condições de eventos esportivos no estado. A nível continental, a Conmebol adiou o duelo do Internacional com o Delfín, do Equador, pela Sul-Americana, que ocorreria no dia 16. Aliás, o Tricolor Gaúcho passou por situação semelhante, mas em seu embate com o Estudiantes pela Libertadores, marcado para o dia 15.

Internamente em ambos os clubes, o discurso é de adotar cautela para tomar decisões a respeito dos próximos passos. Especialmente pela gravidade, impacto e complexidade da catástrofe no Rio Grande do Sul. Desta forma, as definições ocorrem a cada dia.

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