O fundo inglês Leadenhall Capital Partners entrou na Justiça dos Estados Unidos contra a 777, dona da SAF do Vasco. Assim, eles acusam a empresa norte-americana de ser uma “marionete” do fundo americano A-CAP e integrar um possível esquema de pirâmide financeira. A informação é do portal “ge”.
Na ação, composta por 83 páginas, a empresa alega que a dona da SAF cruz-maltina é controlada pela A-CAP, um fundo americano que pertence ao empresário Kenneth King. Além disso, o chama de “Mágico de Oz por trás da cortina da 777 Partners”. Isso acontece, segundo a ação, porque o fundo de Josh Wander deve mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,1 bilhões) à A-CAP.
“Wander já admitiu diversas e fundamentais violações do acordo entre as partes – a única questão agora é se a Leadenhall conseguirá recuperar milhões de dólares de prejuízo causado por um castelo de cartas à beira do colapso“, diz a Leadenhall no texto da ação.
A rede de televisão “Bloomberg”, de Nova Iorque, divulgou recentemente informações sobre a possível fraude. Dessa forma, o fundo alega que a 777 Partners fez um empréstimo de R$ 1,7 bilhão, entretanto apresentou como garantia supostos fundos que não lhe pertencem ou sequer existem.
“Os ativos dados como garantia pela SuttonPark (subsidiária da 777) não existem. Josh Wander nunca os comprou ou já os deu como garantia para outro credor. Você está sob grande risco, seu investimento não está seguro. O que ele está fazendo é criminoso”, alegou.
Possível esquema de pirâmide
A Leandenhall esperou mais de um ano e meio até levar Josh Wander e companhia à Justiça. Neste período, o fundo se reuniu algumas vezes com a 777 em busca de soluções e juntou provas contra o grupo norte-americano.
Os ingleses também acreditam que os negócios da 777 são pautados em um esquema de pirâmide. Isso porque a empresa de Josh Wander não teria dinheiro em caixa para investimentos. De acordo com o fundo, a dona da SAF do Vasco abre linhas de crédito com as seguradoras e roda o dinheiro entre as empresas do grupo.
“Embora a 777 Partners, muitas das suas empresas operacionais e dos seus clubes de futebol profissional estejam profundamente endividados e atrasados em suas obrigações, a estratégia de Wander tem sido de expansão contínua – usando dívida para adquirir novos ativos que ele pode então usar como garantia para mais dívidas, que depois não consegue pagar no prazo, num ciclo interminável de “roubar Pedro para pagar Paulo” diz trecho da ação.
Por fim, em uma dessas reuniões, Josh Wander afirmou que usou a garantia em dois empréstimos por causa de um erro no sistema da 777. Em 28 de março de 2023, ele fez promessas ao fundo inglês, entre elas arrecadar o “dinheiro de uma possível venda de parte dos ativos de futebol da 777”. Além de “fazer o possível para vender negócios e pegar empréstimos com a principal credora (A-CAP) para resolver o problema.
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