FUTEBOL

Sancho e Bellingham: os anfitriões da final da Champions em Wembley

Ingleses abrem a série do Correio sobre protagonistas de Borussia Dortmund e Real Madrid abre a contagem regressiva para a final de sábado

Jadon Sancho e Jude Bellingham foram companheiros e campeões no Borussia Dortmund -  (crédito: Correio Braziliense)
Jadon Sancho e Jude Bellingham foram companheiros e campeões no Borussia Dortmund - (crédito: Correio Braziliense)

A era moderna do futebol tem dessas: uma final de Liga dos Campeões entre times da Alemanha e da Espanha na Inglaterra. No sábado, às 16h, Borussia Dortmund e Real Madrid contracenam no último ato do torneio de clubes mais badalado do planeta bola. O palco? O lendário Wembley, em Londres, acostumado a receber os principais espetáculos artísticos do país, as partidas mais nobres da terra do Rei Charles III e duas pratas da casa, agora em lados opostos: o atacante aurinegro Jadon Sancho e o meio-campista galáctico Jude Bellingham, protagonistas do primeiro capítulo da série do Correio sobre a decisão de sábado (1º/6), às 16h.

Jadon Sancho é um ponta versátil. Destro, costuma jogar pelo setor direito, mas não tem problema em ser deslocado para a zona canhota do ataque. A virtude o torna um protótipo de ídolo do Borussia Dortmund. Aos 24 anos, é muito mais louvado pelos torcedores alemães do que pelos ingleses. Embora pertença à mesma geração de Connor Gallagher, Hudson-Odoi e Phil Foden, campeã inédita do Mundial Sub-17 da Fifa, Sancho encontrou a melhor versão longe do berço do futebol. Passou pelas categorias de base de Watford e Manchester City antes de ser transferido ao time da região da Renânia do Norte-Vestfália.

Alternou entre o elenco sub-19 e "B" do aurinegro antes de ser promovido ao time profissional pelo então treinador Peter Stoger. Na transição da base para a equipe principal, Sancho teve a mentoria de nomes de membros da geração dourada do Borussia Dortmund de 2012/2013, vice-campeã da Liga dos Campeões e da Bundesliga. Ensinaram-lhe o caminho para conquistar a Orelhuda 11 anos depois. Sancho está no lugar certo, na hora certa. O camisa 10 da companhia alemã arriscou mudar o destino. Em 2021, decidiu-se a ganhar o prestígio e o reconhecimento na Inglaterra ao reforçar o Manchester United. Decisão contestada. O título da Copa da Liga de 2022/2023 foi o auge da passagem. Não à toa, retornou à Alemanha por empréstimo, em janeiro deste ano, após atrito com o técnico Erik Ten Hag, o pivô de saída de Cristiano Ronaldo do clube, em 2022.

Embora Jadon Sancho seja um dos jogadores do Borussia Dortmund mais identificados com a torcida, houve quem pedisse a saída dele. Segundo a imprensa espanhola, o meio-campista Jude Bellingham teria indicado ao Real Madrid a contratação do compatriota. O camisa 5 merengue é suspeito para falar. Não apenas jogaram juntos no clube alemão, como também brindaram o clube aurinegro com o último título nacional, o da Copa da Alemanha de 2021, sobre o RB Leipzig. A dupla de sucesso se tornou trio com o reforço do centroavante norueguês Erling Haaland, hoje no Manchester City.

Jude Bellingham é muito querido pelo Borussia Dortmund. Esportivamente, rendeu fruto. Financeiramente, rendeu uma fortuna aos cofres. Em julho do ano passado, o inglês de 20 anos foi vendido ao Real Madrid por 103 milhões de euros (cerca de R$ 543 milhões à época), a segunda maior negociação da história do clube. A liderança do ranking pertence ao francês Ousmane Dembélé, transferido ao Barcelona na temporada 2017/18, por 135 milhões de euros.

A operação entre Borussia Dortmund e Real Madrid envolvendo Bellingham é curiosa. Caso o meio-campista inglês fature a primeira Liga dos Campeões da carreira, em Wembley, o clube aurinegro embolsará um bônus superior à premiação da Uefa pelo sucesso na competição. A entidade reservou 20 milhões de euros de recompensa ao vitorioso de sábado. Cláusula do contrato de seis anos, revelada pelo jornal alemão Bild, prevê pagamento de 25 milhões de euros ao Dortmund caso o meia erga a Orelhuda.

A jornada de Bellingham é semelhante à de Sancho. Ídolo dos times de outros países, o meio-campista jamais atuou na Premier League, a elite inglesa. Foi revelado pelo modesto Birmingham City, recém-rebaixado à terceira divisão da Inglaterra. Aterrissou em Dortmund na temporada 2020/21 e adquiriu rodagem em três anos com a camisa do clube. A experiência nos gramados alemães o tornou mais maduro. Prova disso é o prêmio individual de melhor jogador do Campeonato Espanhol. Ele disputou 28 dos 38 compromissos que coroaram o Real Madrid campeão pela 36ª vez. Contribuiu com 19 gols e seis assistências. Ficou empatado com o polonês Robert Lewandowski, do Barcelona, na quarta colocação da artilharia.

No recorte geral da temporada, balançou as redes em 23 oportunidades e foi garçom em 12. Os números o credenciam a candidato ao troféu Bola de Ouro para melhor jogador do mundo. A Liga dos Campeões o colocaria à frente dos concorrentes. Em caso de dobradinha com os títulos da Champions e da Eurocopa, ficaria difícil tirar o troféu do único inglês do Real Madrid. Para sancho, Wembley pode ser o palco da redenção. Lá, desperdiçou um dos pênaltis da Inglaterra na decisão da Euro-2020 contra a Itália e foi vítima de racismo, como os companheiros negros Marcus Rashford e Bukayo Saka.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini

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postado em 29/05/2024 06:00
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