Novos episódios de um possível caso de corrupção no futebol europeu que envolve a Uefa vêm à tona. Isso porque o jornal espanhol “The Objective” vazou uma troca de mensagens entre o presidente da entidade máxima do futebol europeu, Aleksander Ceferin, e Luis Rubiales, ex-mandatário da Federação Espanhola.
Na verdade, o dirigente da Real Federação Espanhola de Futebol buscava amenizar um desentendimento entre o presidente da Uefa e o do Real Madrid, Florentino Pérez. Isso porque o mandatário dos Merengues era o principal interessado na criação da Superliga, em 2019. Motivo que causou a irritação de Ceferin, já que se concretizasse, o torneio significaria uma afronta ao controle do futebol europeu por parte da entidade. Aliás, o cartola da Uefa indicou uma preferência ao Barcelona, arquirrival do Real Madrid, além de ofender Florentino.
Confira a conversa entre Rubiales e o presidente da Uefa
“Vou falar com Florentino porque aqui na Espanha se tiver (Javier) Tebas e Florentino contra mim será impossível. Vamos pensar o que é melhor. Ele é um homem muito orgulhoso. Acho que podemos tentar conversar e acalmar tudo, mas continuarei 100% com você. Não se preocupe com isso”, buscou apaziguar Rubiales.
“Também sou orgulhoso, não se esqueça. Eu não quero falar com ele. Eu só faria isso por você. Ele é um idiota e racista! Não acalme as coisas para mim, eu não preciso disso. O que eu quero é que você seja forte”, indicou Ceferin, com raiva.
Acusações de tratativas irregulares entre Uefa e jogadores do Barcelona
A preferência de Ceferin pelo Barcelona, aliás, teria avançado para uma negociação irregular com a Uefa. Afinal, Piqué e Messi teriam participado de tratativas com o objetivo de desviar dinheiro para os Culés. Essa informação é também divulgada pelo jornal “The Objective”.
A propósito, a mediação das conversas teria sido feita exatamente por Luis Rubiales, que era presidente da Real Federação Espanhola de Futebol na época. Assim, a intenção de Messi e Piqué era suprir perdas salariais do elenco devido à pandemia da Covid-19.
Vale relembrar que o ex-zagueiro dos Blaugranas recebeu acusações de participar de outra atividade corrupta com Rubiales e a Federação Espanhola. Exatamente na assinatura de contratos fraudulentos com a Arábia Saudita, que levou a disputa da Supercopa da Espanha, no Oriente Médio.
Rubiales foi quem assinou o contrato com os sauditas, mas nega aliciação. Averiguações apontam que o vínculo garantiu uma receita de 40 milhões de euros (R$ 217,7 mi) por ano. O contrato era válido por seis anos, ou seja, 240 milhões de euros (R$ 1,3 bi) ao todo. Contudo, houve divisão dessa quantia entre a federação, os clubes que disputaram a competição e a Kosmos, empresa que intermediou o negócio. Aliás, esta companhia tem o ex-zagueiro Gerard Piqué como proprietário. Pela participação na transação, a empresa cobrou 24 milhões de euros (R$ 130,6 mi).
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