Futebol

"Canhão" do Candangão 2013 é a esperança do Sousa contra o Bragantino

Autor de gol de falta no empate por 1 x 1 no duelo da terceira fase da Copa do Brasil, pelo jogo de ida, Junnior Batata foi eleito como o dono do chute mais forte do Candangão em disputa promovida pelo Correio, há 11 anos

Atacante com história ligada a Brasília impressionou com gol de falta da intermediária no jogo de estreia pelo time paraibano -  (crédito: Luciano Soares/Arquivo Pessoal)
Atacante com história ligada a Brasília impressionou com gol de falta da intermediária no jogo de estreia pelo time paraibano - (crédito: Luciano Soares/Arquivo Pessoal)

O duelo da terceira fase da Copa do Brasil entre Bragantino e Sousa dificilmente chegaria as vias de fato, nesta terça-feira (21/5), às 19h30, com status de indefinido se não fosse pela perna esquerda de Wilkerson, o Junnior Batata. Com história ligada a Brasília, o homem-gol impressionou pela potência do chute ao marcar no empate, por 1 x 1, em cobrança de falta da intermediária.

O tento, anotado na estreia do atacante pelo clube paraibano, manteve viva a chance do Dinossauro alcançar as oitavas de final do torneio pela primeira vez e cumpriu uma “profecia” feita pelo Correio em 2013. Natural de Anápolis (GO), Batata se mudou ainda bebê para Luziânia (GO), antes de chegar a São Sebastião, na adolescência.

Revelado pelo Botafogo-DF, o centroavante, antes mesmo de estrear profissionalmente, mostrava facilidade em registrar chamativas batidas na bola. Quem não o conhecia pode até ter ficado impressionado com o gol marcado contra o Bragantino, mas quem acompanhava a trajetória de Junnior, porém, dificilmente se surpreendeu.

Em reportagem especial do Correio, Junnior foi eleito o “canhão” do Candangão 2013. Na disputa com cinco jogadores daquela edição do torneio local, o atacante registrou o chute mais forte. A finalização atingiu impressionantes 108km/h.

O ponto forte do próprio jogo, de acordo com ele, nunca foi algo treinado. “Sempre tive. Todos comentavam sobre, até mesmo quando ainda jogava futebol amador, em São Sebastião e Luziânia”, relembra. De tanto ouvir dos colegas, passou a acreditar na habilidade e a arriscar mais.

 18/04/2013. Crédito: Iano Andrade/CB/D.A Press. Brasil - Brasília - DF. Canhão do Candangão no Clube dos Médicos. Wilkerson Batata (Botafogo DF).       Caption
Na disputa com outros quatro jogadores da edição de 2013 do torneio local, Batata registrou o chute mais forte, com 108km/h (foto: Iano Andrade/CB/D.A Press)

A partir daí, os gols de falta e lances de perigo em finalizações de longas distâncias viraram rotineiros. “Sempre foi o dom de Deus”, orgulha-se. Andarilho da bola, Junnior Batata rodou as mais diversas culturas em 11 anos de carreira. Ao todo, são 29 clubes diferentes, incluindo o Deportivo San Pedro, da Guatemala, e a dupla Senglea Athletics e Santa Lucia, de Malta. No futebol candango, foram oito times: Botafogo-DF, Legião, Taguatinga, Brasília, Ceilândia, Real Brasília, Gama e Sobradinho.

Considerando-se privilegiado por vestir tantas camisas, o jogador do Sousa viveu momentos difíceis na vida pessoal. Então atleta do Sergipe, Batata enfrentou a perda do filho de quatro anos, em 2019, diagnosticado com leucemia. Mesmo com um pedido de rescisão entregue, foi convencido a continuar no Gipão.

Hoje, cita a presença espiritual como fundamental para continuar. “Tive várias oscilações na carreira por isso. Quis até parar. Não foi fácil, mas Deus sempre me sustentou. Tive o apoio da minha mãe e, hoje, tenho o incentivo da minha esposa. Deus me deu meu filho e Deus o tomou. Ele sabe o que faz”, testemunha.

Agora, é um dos personagens de um dos grandes momentos da história de 33 anos do Dinossauro. Depois de eliminar o Cruzeiro na estreia, chegou a uma inédita terceira fase após vitória por 1 x 0 diante do Petrolina-PE. No Nabi Abi Chedid, poderá garantir mais uma vaga histórica.

“Sabemos da dificuldade. Estamos falando de um clube das primeiras posições da Série A. Mas não somos bobos. Eles vão vir com tudo, pois a responsabilidade de classificação é deles. Espero poder fazer ainda mais história com a camisa do Sousa”, prospecta. Se depender da força da perna, Batata tem tudo para ajudar o Sousa a surpreender.

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz

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postado em 21/05/2024 15:02 / atualizado em 21/05/2024 15:05
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