Não seria exagero afirmar que entre vivos e mortos salvaram-se todos. Gabriel foi punido, perdeu a emblemática camisa 10, aceitou os castigos. Dessa forma, continuará defendendo o Flamengo.
É evidente a histeria em torno da questão. O torcedor, eventualmente é raiz, ou seja, jamais compreenderá que jogador troca de clube porque é profissional. O problema é que existem maneiras bem distintas de fazê-lo. Mas Gabriel parece que não entendeu que é um dos maiores ídolos da história de 120 anos do futebol rubro-negro. E teria, digamos, forçado uma saída de modo equivocado, desafiando a confiança da massa, que aceita tudo, menos traição barata.
Na realidade, ninguém ganhará nada alimentando um conflito entre atleta e arquibancada. Gabriel pode continuar sendo estrela do Flamengo, marcando muitos gols importantes, como já ocorreu, o que voltará a deixar a galera satisfeita. Assim, todos viverão felizes, quem sabe para sempre. Basta que ambos facilitem o processo.
Difícil mesmo é compreender quais os motivos que levam um jogador de tal gabarito, amado pelo torcedor, que ganha uma fortuna, levando-se em consideração a pobreza do país que habita, recebe em dia, e tem uma estrutura de Europa à disposição, tentar mudar de ares criando um ambiente hostil, graças a um procedimento primário, que chega a dar dó.
Gabigol vacilou
Curiosamente, nesse mesmo momento, estamos acompanhando a despedida de Cássio, o maior goleiro do Corinthians em todos os tempos, comparável talvez e unicamente a Gilmar dos Santos Neves. O cidadão agiu silenciosamente, de maneira sóbria. Assim, obteve a transferência, o que levará a Fiel, em breve, a lamentar o questionamento agressivo a um de seus maiores ídolos.
Não seria exagero afirmar que – voltemos a Gabriel – entre vivos e mortos salvaram-se todos. Nesse caso, no entanto, é o craque que sairá perdendo, pois o posto que ameaçava alcançar – o lugar de Zico – como se chegou a comentar, não lhe sorrirá. O desafio agora é saber se, de fato, ambos – Gabriel e torcida – viverão felizes para sempre.
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