Bastaram sete dias para Artur Jorge colocar em prática sua metodologia de trabalho com sucesso e apresentar à torcida alvinegra um verdadeiro cartão de visitas. O técnico bracarense não cedeu à pressão para mudar o esquema tático e compensou as duas derrotas iniciais com três vitórias em sequência, dissipando qualquer ruído com as tribunas do Estádio Nilton Santos. Com 11 gols em cinco compromissos, o Botafogo vai ficando cada vez mais à feição de seu comandante. Uma identidade que vai se “calcificando”.
Agora, Artur Jorge, com mais conhecimento do plantel, chega ao clássico contra o Flamengo, seu primeiro grande desafio pelo Botafogo, com a crista elevada pela sobrevida na Copa Libertadores e dúvidas consequentes do bom desempenho nos últimos compromissos. Em quase todas as posições, há pontos de interrogações. A torcida, claro, já esboça as suas projeções para o duelo de domingo (28), às 11h (de Brasília), no Maracanã, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.
“Não temos tantas opções como podem pensar, mas temos, de fato, um grupo de jogadores de grande qualidade. Acima de tudo, o importante é ter um elenco que possa competir internamente para que minhas decisões sejam as mais difíceis na hora de tomar. Quem se beneficia é o próprio Botafogo. Não perdemos consistência, mantemos o equilíbrio e, sobretudo, o resultado”, adiantou o treinador português.
Escolhe aí, Artur Jorge!
As dúvidas começam pelo gol: John, que sabe jogar com os pés, mas ainda parece longe do ritmo ideal. Ou Gatito, goleiro que disputou 80% das partidas do Glorioso em 2024. Na lateral direita, Ponte cresceu e tirou de Suárez a condição de titular absoluto. A zaga central consolidou Halter e Bastos como dupla oficial, com Barboza correndo por fora. Na lateral esquerda, por fim, não conta com Marçal, sempre no departamento médico. No entanto, a chegada de Cuiabano, recém-contratado, tira Hugo da zona de conforto.
No meio de campo, Artur Jorge não joga com armadores clássicos. Sendo assim, as elocubrações ficam restritas à dupla de volantes. Gregore ou Barbosa como cão de guarda. Talvez, a posição que gera debates mais acalorados. Os dois têm excelentes atuações como argumentos. Mais à frente, Freitas e Tchê Tchê, com características diferentes, também estão no mesmo nível.
Na referência de ataque, o Botafogo perdeu Tiquinho e o reserva imediato Nascimento. Artur Jorge encontrou a solução no próprio elenco: tirou Eduardo do banco e colocou de falso 9. Ele correspondeu e fez dois gols. Outra opção é escalar Júnior Santos por ali. O Cisne já colocou-se à disposição para ser a referência de ataque. Se optar por esta alternativa, o treinador minhoto fica com o trio Jeffinho, Luiz Henrique e Savarino para completar o seu 4-2-4. Difícil acreditar que Artur Jorge vai com Romero entre os 11.
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