Se quem ama sempre volta, chegou a vez da Fórmula 1 retornar a competir em solo chinês. A elite do automobilismo estará na pista do Circuito Internacional de Xangai pela primeira vez após cinco anos e, para coroar a retomada da união, a quinta etapa da temporada inaugura as provas sprints de 2024. Com apenas um treino livre, o fim de semana terá a corrida curta no sábado (20/4), à meia noite, mesmo dia da classificação, e a completa na madrugada de domingo (21/4), às 4h00. Band, BandSports e F1 TV transmitem.
Inaugurado em 2004, com vitória do brasileiro Rubens Barrichello, o Grande Prêmio da China estava fora do calendário desde 2020, quando foi cancelado em razão da pandemia de covid-19. O país ainda estava com restrições para entrada de estrangeiros, por isso também não esteve presente nas edições de 2022 e 2023. Agora a disputa está oficializada e tem contrato para continuar no ano que vem.
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O percurso, inspirado no símbolo shang (), tem 5.451 quilômetros de comprimento, 56 voltas e 16 curvas no total, a maioria de baixa velocidade. A hora de pisar fundo no acelerador é nas duas principais retas da pista, ambas em zonas de DRS (abertura da asa traseira para menor arrasto e mais velocidade) para proporcionar mais ultrapassagens.
No entanto, o mistério ainda paira pelo ar sobre como será o desempenho dos carros. Como a F1 não corre na China há 5 anos, os dados das equipes estão defasados, especialmente pelos veículos serem diferentes dos que iam à pista em 2019 e o asfalto do circuito ter sido repavimentado. Até por isso, a Pirelli, fornecedora de pneus da categoria, disponibilizou o conjunto de pneus mais “meio termo”, com compostos duro C2, médio C3 e macio C4.
Ainda assim, a expectativa é de maior competitividade justamente pelo fator imprevisível, até pelos pilotos terem tido apenas um treino para se adaptar à pista, ponto questionado pelo tricampeão Max Verstappen. Fato é que realmente poucos teriam previsto o resultado da qualificação da corrida de sprint, que terminou com Lando Norris na pole, seguido por Lewis Hamilton e Fernando Alonso. No TL1, os mais rápidos foram Lance Stroll, Oscar Piastri e o próprio Verstappen.
Independente de quem cruzar na liderança, um dos pilotos certamente deve estar mais feliz que os outros: Zhou Guanyu. O automobilista chinês da Kick Sauber, ex-Alfa Romeo, irá correr em casa pela primeira vez, assim como o público local também poderá inaugurar a torcida por um compatriota.
Depois da corrida em Xangai, a Fórmula 1 terá duas semanas de descanso ao término da série asiática e volta em 5 de maio, para o Grande Prêmio de Miami. Após uma sequência de provas durante a madrugada, a largada nos Estados Unidos está marcada para às 17h.
Curiosidades sobre o GP da China
A China recebe provas oficiais da Fórmula 1 desde 2004, sempre no Circuito Internacional de Xangai. O país da asiático foi palco da última vitória de Michael Schumacher, em 2006, a 91ª da carreira do heptacampeão. Além disso, quem vê o momento atual de dominância da Red Bull não pode esquecer que foi lá que a equipe subiu no lugar mais alto do pódio pela primeira vez, com Sebastian Vettel.
Em 2019, o GP chinês marcou a milésima corrida da história da Fórmula 1, vencida por Lewis Hamilton. O britânico, inclusive, é quem mais recebeu a bandeira quadriculada na prova, com seis. Além dele, Fernando Alonso e Nico Rosberg foram os únicos a ganharem mais de uma vez, com dois triunfos cada. Rubinho, Schumi, Vettel, Kimi Raikkonen, Jenson Button e Daniel Ricciardo também já saíram vencedores.
O que é a sprint?
Implementadas em 2021, as provas de sprint são corridas curtas, com até 100 km de distância e um terço da duração das provas normais. Apesar de dividir os pilotos entre os que apoiam e os que criticam, a bateria curta foi criada com o intuito de gerar mais entretenimento e competitividade.
Serão seis finais de semana de sprint na atual temporada. Além da China, o modelo estará presente nos GPs de Miami, Áustria, Estados Unidos (COTA), São Paulo e Catar. Nas etapas com a prova curta, o fim de semana tem um formato com apenas um treino livre, na sexta-feira, assim como a qualificação da sprint. Depois, no sábado, é dia da disputa reduzida e do qualy da corrida normal, marcada para domingo.
Apenas os oito primeiros pilotos pontuam, com 8 pontos para o vencedor, 7 para o segundo e assim em diante, até o oitavo ficar com o ponto final. Quem fizer a volta mais rápida não ganha a bonificação. Após a sprint, a prova original acontece normalmente, com o sistema de pontuação tradicional.
*Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima