De Montes Claros para Chicago: a trajetória de Kamilla Cardoso ganhou um novo capítulo na noite desta segunda-feira (15/4). A mineira de 22 anos foi a terceira escolhida no draft para a WNBA (Women’s National Basketball Association), liga de basquete feminino dos Estados Unidos, e fez história entre as brasileiras.
Uma semana e um dia após se tornar bicampeã do NCAA (National Collegiate Athletic Association) e ser elogiada pela lenda Magic Johnson, Kamilla Cardoso foi um dos destaques do draft, tradicional evento de captação de jogadores para o basquete estadunidense. A brasileira foi a terceira escolha e jogará pelo Chicago Sky, que representa a metrópole do estado de Illinois.
A terceira posição no draft fez com que a mineira de Montes Claros se tornasse a brasileira melhor colocada da história em um draft da WNBA. A partir de agora, Kamilla Cardoso se preparará com as novas companheiras de Chicago Sky para a estreia na liga, que começa em 14 de maio.
Antes disso, em 4 de maio, a brasileira já tem compromisso diante do Minnesota Lynx, pela pré-temporada. Kamilla se junta a duas outras brasileiras que jogam na WNBA: Damiris Dantas, atleta do Indiana Fever, e Stephanie Soares, que joga no Dallas Wings.
Trajetória
Nascida em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, em 30 de abril de 2001, Kamilla Cardoso se mudou para os Estados Unidos logo após completar 15 anos, em 2016. A ida ainda na adolescência para os Estados Unidos sabendo falar apenas “oi”, “sim” e “tchau” em inglês, teve um propósito: jogar basquete.
Ela fez ensino médio no estado de Tennessee, precisamente na Hamilton Heights Christian Academy, sob comando da treinadora Keisha Hunt, conhecida por desenvolver talentos do basquete. Depois disso, ela foi para a Universidade da Carolina do Sul e começou a ser comandada por uma lenda do basquete feminino.
Dawn Staley, tricampeã olímpica como jogadora e campeão em Tóquio como treinadora dos Estados Unidos, é a atual técnica de Kamilla e moldou a atleta até atingir o auge na conquista da NCAA deste ano. Só que a lenda do esporte foi além e teve uma atitude empática com a situação da brasileira.
Sem contar para Kamilla, Staley entrou em contato com um deputado para facilitar o visto da mãe e a irmã da brasileira. Com isso, elas deixaram Minas Gerais e puderam visitar pela primeira vez, em oito anos, a filha nos Estados Unidos. O encontro surpreendente e emocionante ocorreu em 2 de março, em um treino do Gamecocks.