Ex-presidente da federação que administra o futebol espanhol, Luis Rubiales contribuiu com seu depoimento em investigações sobre corrupção na entidade. Especialmente após suspeitas de que o até então dirigente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) teve envolvimento em aliciamento durante sua gestão. Apesar disso, ele descartou que tenha recebido quantias ilícitas enquanto esteve no mais alto cargo.
“O que mantenho e manterei sempre e estou convencido de que se acabará fazendo justiça, é que jamais recebi dinheiro de maneira irregular, jamais houve nenhuma licitação irregular”, indicou Rubiales.
“Respondi a todas as perguntas que fizeram, e se tenho que voltar aqui (no tribunal), porque sua Senhoria assim o indica, aqui vou estar colaborando. Sou o mais interessado em que tudo se esclareça”, acrescentou o ex-dirigente.
Com as investigações, a federação que controla o futebol espanhol está sendo interinamente administrada pelo governo local durante os próximos meses. No caso, o Conselho Superior de Desportos criou uma comissão de supervisão para tal cenário.
Aliás, tal situação de irregularidades pode prejudicar os clubes espanhóis. Afinal, a Fifa e a Uefa ameaçaram que podem impedi-los de disputar as competições do continente, caso haja provas de corrupção.
Episódios de investigações anteriores sob o futebol espanhol
A sede da Federação Espanhola foi alvo de investigação por parte da polícia local, no dia 20 de março, por denúncias de corrupção. Um dos casos envolve contratos suspeitos com a Arábia Saudita, quando houve a disputa da Supercopa da Espanha no Oriente Médio. Mandados judiciais tinham como objetivo colher informações junto a entidades públicas e privadas.
Simultaneamente, a Guarda Civil prendeu sete pessoas, nenhuma delas na sede da Federação Espanhola. Outras cinco pessoas ainda estão sendo investigadas. Onze residências também foram foco de buscas, e uma delas foi a do ex-presidente da federação Luis Rubiales, na cidade de Granada.
O antigo dirigente foi quem assinou o contrato com os sauditas. Averiguações apontam que o vínculo garantiu uma receita de 40 milhões de euros (R$ 217,7 mi) por ano. O contrato era válido por seis anos, ou seja, 240 milhões de euros (R$ 1,3 bi) ao todo. Contudo, houve divisão dessa quantia entre a federação, os clubes que disputaram a competição e a Kosmos, empresa que intermediou o negócio.
Aliás, esta companhia tem o ex-zagueiro Gerard Piqué como proprietário. Pela participação na transação, a empresa cobrou 24 milhões de euros (R$ 130,6 mi).
Rubiales renunciou ao cargo após repercussão do escândalo em que ele deu um beijo forçado na jogadora Jenni Hermoso, depois da final da Copa do Mundo feminina.
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