São Paulo

Senadores apresentam plano de trabalho da CPI das Apostas Esportivas

Os senadores Jorge Kajuru (esquerda) e Romário são os líderes da CPI de Apostas Esportivas

Os senadores Jorge Kajuru (esquerda) e Romário são os líderes da CPI de Apostas Esportivas -  (crédito: Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Os senadores Jorge Kajuru (esquerda) e Romário são os líderes da CPI de Apostas Esportivas - (crédito: Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Os senadores envolvidos na CPI das Apostas Esportivas realizaram um encontro, na última quarta-feira (17). O objetivo era apresentar o plano de trabalho das investigações de denúncias de fraude e manipulações de resultados em partidas de futebol no Brasil. Na sessão, os políticos aprovaram os pedidos iniciais indicados. Entre eles, a intenção de convidar John Textor, dono da SAF do Botafogo, a dar seu depoimento como testemunha.

A programação inicial é escutá-lo na próxima segunda-feira (22), mas confirmar sua presença até esta sexta-feira (19). Os integrantes da CPI também se esforçaram para tentar provar à opinião pública que as apurações sobre os casos suspeitos não acabarão sem conclusões.

Durante a reunião, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquéritos contra Apostas Esportivas, Jorge Kajuru (PSB-GO), reforçou que ele e o relator do comitê, Romário (PL-RJ), creem nas acusações de fraude em jogos feitas por Textor.

“Portanto, todos os requerimentos aprovados. Porque nós aqui temos a certeza, especialmente Romário e eu, de confiarmos que ele (Textor) tem bala na agulha, para dizermos como no futebol, no ‘futebolês’, porque ele não seria irresponsável de fazer tantas denúncias gravíssimas, até envolvendo times da Série A, times históricos como Palmeiras e São Paulo. E tomara que, aqui na CPI, ele apresente o que ele ainda não apresentou. Eu me refiro ao respeitoso CEO do Botafogo do Rio de Janeiro, John Textor”, detalhou Kajuru.

Convite de comparecimento na CPI não é obrigatório

Em um primeiro momento, não há uma obrigação dos convidados comparecerem. No entanto, caso recusem, a solicitação vai se tornar uma convocação com a exigência de se apresentar à CPI. Em seguida, Kajuru esclareceu.

“É que temos a certeza absoluta de que é melhor fazer o convite, mas, se não houver a educação de aceitar o convite e entender que aqui ninguém será desrespeitado, desmoralizado, será apenas questionado, aí eu acho que não tem nenhum problema. Agora, existe aquela frase também, não é: ‘venha pelo amor ou pela dor'”, pontuou o presidente da comissão.

Outras solicitações de convites a demais dirigentes de clubes brasileiros também receberam aval. No caso, tratam-se de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, Julio Casares, mandatário do São Paulo, e Andres Rueda, ex-presidente do Santos. Todos receberam notificações em cenário semelhante ao de Textor. Vale ressaltar que a prioridade é ouvir o dono da SAF do Glorioso e depois os demais dirigentes.

Posteriormente, o líder da Comissão Parlamentar de Inquéritos fez promessas que as investigações terão pareceres.

“Garanto, em nome de todos os integrantes, como presidente desta CPI, que esta não vai terminar em pizza, ou, para ficar na linguagem esportiva, não vai acabar em zero a zero. A CPI da Manipulação de Resultados e Apostas vai, sim, movimentar o placar, contando com o apoio decisivo da torcida brasileira, o reforço do Ministério Público e das polícias federal e civil, e a colaboração das entidades vinculadas ao futebol”, complementou.

Romário frisa comprometimento

O senador Romário corroborou o compromisso em descobrir situações irregulares relacionadas a apostas e ao futebol brasileiro.

“Só para finalizar, mais uma vez, eu quero aqui deixar bem claro que o objetivo maior desta CPI, diferentemente de outras que já aconteceram neste Congresso, neste Senado, eu tenho certeza de que esta seleção que foi escalada para participar desta CPI é uma seleção de Senadores que, realmente, estão totalmente imbuídos e determinados a descobrir toda essa podridão, toda essa sacanagem – desculpem a expressão – que existe no nosso futebol”, assegurou o relator da comissão.

Denúncias de Textor

O dono da SAF do Alvinegro começou a fazer denúncias sofre fraudes no futebol brasileiro em novembro do ano passado. Posteriormente, trouxe novas acusações no início de abril. Dessa vez, ele indicou que houve favorecimento ao Palmeiras nos últimos dois anos. Por sinal, os confrontos com Fortaleza e São Paulo na última edição da Série A são exemplos deste cenário.

Ele declarou que quatro jogadores do Leão do Pici tiveram participação em manipulação da vitória do Alviverde por 4 a 0 sobre a equipe nordestina, em 2022. Textor não havia apresentado provas, apenas utilizou como referência análises dos jogos por meio de inteligência artificial. Contudo, o cenário mudou, pois na última semana, o norte-americano entregou documentos sobre possível manipulação à Polícia Civil.

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Jogada10
postado em 18/04/2024 12:29
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