Ao longo de sua história, o Vasco sempre esteve à frente de lutas sociais, dentre elas contra o racismo. Assim, o clube carioca lançou, nesta terça-feira (2), uma coleção de camisas em comemoração aos 100 anos da Resposta Histórica, um dos momentos mais importantes de sua centenária história. A edição limitada, portanto, contém quatro opções de estampas.
Dessa forma, a coleção é uma colaboração do Cruz-Maltino com a marca Chico Rei. Além disso, o que for arrecadado será convertido em em melhorias para o Centro de Memórias. Ainda nesta semana, o clube irá lançar o maior acervo digital do mundo entre equipes esportivas, segundo Raphael Pulga, vice-presidente de História e Responsabilidade Social do clube.
Das quatro estampas disponíveis, as duas brancas foram criadas pelo Studio da Colina, conhecido estúdio de tatuagem localizado em frente ao Estádio de São Januário, na Barreira.
Entenda a Resposta Histórica
No dia 7 de abril de 1924, o Vasco marcou um dos seus gols mais emblemáticos fora de campo, contra o racismo e o preconceito social. Na ocasião, o clube carioca se recusou a excluir 12 jogadores do time para se filiar à Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA).
A criação da nova entidade teve como motivação o próprio clube que, em 1923, conquistou o seu primeiro título estadual. Algo que aconteceu justamente no ano de estreia na principal divisão do futebol carioca. O Cruz-Maltino contava em seu elenco com jogadores negros, operários e analfabetos, diferentemente dos clubes fundadores da AMEA: América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense.
O Club de Regatas Vasco da Gama e a @chicorei se uniram para essa coleção histórica! São quatro estampas comemorativas aos 100 anos da Resposta Histórica. Um percentual das vendas será destinado ao Centro de Memória do clube
Garanta agora mesmo a sua camisa, até porque a edição… pic.twitter.com/qbC3R6hzK2
— C.R. Vasco da Gama (@crvasco_br) April 2, 2024
Diante disso, a entidade convidou o Vasco a se filiar, mas para isso teria que excluir 12 jogadores, sendo que sete eram do time titular: Arthur, Bolão, Cecy, Leitão, Negrito, Nicolino e Russinho, que defenderia o Brasil na Copa de Mundo de 1930. O argumento era que os atletas “estariam em desacordo com os padrões morais necessários para a prática do futebol”.
A resposta veio em forma de um ofício assinado pelo presidente José Augusto Prestes. Então, o clube permaneceu na Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) e foi campeão carioca de 1924. No ano seguinte, o Cruz-Maltino recebeu um novo convite para se filiar à AMEA, sem ter que excluir jogadores. Por fim, se consolidou no universo do futebol brasileiro.
Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br